Você com certeza já deve ter ouvido falar ou mesmo lido que, hoje, os dados são muito valiosos. E nunca essa frase foi tão verdadeira. Vivemos em uma era de enorme criação de dados. A quantidade de dados globais gerados por ano aumentou em mais de 30 vezes nos últimos 10 anos e as projeções são que o volume quadruplique nos próximos cinco.
A questão agora não é mais ter acesso, captar e armazenar os dados, mas sim a próxima etapa. Como processar e extrair valor de tudo que está ao nosso alcance?
Por mais incrível que pareça, a realidade virtual pode ajudar a transformar o processo de exploração e apresentação de dados. Esse tipo de tecnologia é capaz de deixar a análise de dados mais rápida e eficaz, ao mesmo tempo que torna a apresentação desses processos mais simples e clara.
Na verdade, a realidade virtual é capaz de resolver diversos problemas relacionados ao big data! A primeira delas é como visualizar e processar grandes quantidades de dados ao mesmo tempo. Imagine tentar montar um gigantesco quebra-cabeça olhando apenas para uma peça de cada vez. Difícil, não é? É muito mais fácil terminar o trabalho quando se organiza as peças por cor, por exemplo.
A análise das informações é muito parecida com a construção de um quebra-cabeça: fica muito mais fácil quando se vê muitas peças ao mesmo tempo. Imagine a rotina de um analista. Com a realidade virtual, ao invés de sistema de arquivos tradicional, com pilhas de gráficos impressos, é possível ter diversas salas digitais onde é possível entrar e ver as informações simultaneamente em muitas telas.
A segunda questão que pode ser resolvida é como compreender e agir em ambientes multidimensionais. Há um motivo pelo qual a visualização de dados 3D não é usada com frequência em telas planas: é simplesmente muito difícil de trabalhar e decifrar um gráfico 3D em uma exibição 2D. No entanto, os gráficos 3D fornecem muitos benefícios quando usados em um espaço 3D real.
Outra questão que envolve dados complexos é que é difícil para os tomadores de decisão agirem sem realmente serem capazes de visualizar os dados. Por exemplo, um analista pode produzir um modelo que prevê um resultado com base em cinco variáveis independentes.
Mas será que um gerente realmente aprovaria um grande investimento apenas com base em uma equação? A capacidade de realmente ver uma visualização 3D faz uma grande diferença quando se trata de modelos estatísticos.
A terceira dificuldade que pode ser resolvida é como comunicar dados da maneira mais eficaz possível.
Estudos mostram que as pessoas se lembram por mais tempo das informações se elas forem apresentadas em realidade virtual. Este resultado não é surpreendente. Não só o público fica mais focado e livre de distrações, mas a imersão de uma experiência de realidade virtual aciona mais áreas do cérebro, formando uma conexão mais profunda com o material apresentado.
Além de permitir que as pessoas se encontrem “cara a cara” de qualquer lugar do mundo – o que em tempos de pandemia é uma decisão muito inteligente – a realidade virtual permite uma apresentação mais eficaz de conceitos complexos.
Isso pode ser feito tanto a partir da capacidade de usar apresentações 2D e 3D interativas (como um espaço de apresentação de vários monitores e gráficos multidimensionais), mas também da natureza imersiva da própria realidade virtual. Esses conceitos já têm sido utilizados com sucesso, inclusive, na educação.
A mudança de trabalhar em um espaço digital 3D, habilitado pela realidade virtual, é uma das maiores tendências que todos enfrentarão na próxima década. Essa transformação fornecerá oportunidades significativas para aumentar a eficácia do processo de análise e apresentação, por exemplo.
Esses conceitos já têm sido utilizados com sucesso, inclusive, na educação. E com os insights providos pelo big data as possibilidades de aprendizagem são infinitas!
*Luiz Alexandre Castanha é administrador de Empresas com especialização em Gestão de Conhecimento e Storytelling aplicado à Educação, atua em cargos executivos na área de Educação há mais de 10 anos e é especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais.