As artes da arquitetura e da culinária se encontram no livro Design Gourmet, obra organizada por Luiz Felipe Helde Aranha Moura, com textos de Maiá Mendonça e fotos de Gabriel Matarazzo. Lançado pela editora Magma Cultural, a obra em dois idiomas português e inglês reúne arquitetos renomados, modelos de elegância e os mais competentes chefs para mostrar como beleza e elegância estão presentes na cozinha.
“Fogo, cozinha e arte culinária”. Assim tem início Design Gourmet, que de maneira sucinta, leve e descontraída mostra a evolução da arte de cozinhar – desde a Idade da Pedra até os dias de hoje. A descoberta do fogo, os hábitos alimentares de gregos, egípcios e romanos, a disposição da cozinha dentro das casas e as transformações com a chegada da eletricidade e dos eletrodomésticos são alguns temas abordados no breve histórico.
No intertítulo “Racional e Flexível”, a obra traz o início da cozinha modular flexível até os dias atuais com enfoque mundial e Brasil. Além de apresentar uma pequena explicação de cada utensílio doméstico como garfo, colher e faca.
“Fato é que a cozinha fétida, escura e imunda foi esquecida nos fundos dos quintais da Idade Média até o século 19. Foi o fogão que deu à cozinha um novo status. Do puxadinho nos fundos ao cômodo contíguo à casa, da lareira no meio da sala ao espaço reservado para o fogão a lenha, panelas e caçarolas, a cozinha passou a ser vista mais como espaço de convivência do que como simples local para a preparação de alimentos”.
A cozinha hoje não é só um lugar para cozinhar, mas também para receber os amigos, conversar e confraternizar. Por isso, este novo espaço de convivência requer todos os cuidados com conforto e elegância que os outros cômodos da casa. E para mostrar como arquitetura e culinária andam juntas, a obra Design Gourmet reúne os melhores profissionais das duas áreas.
O livro é baseado no conceito de apresentar sempre um arquiteto com um chef de cozinha e mais personalidades, sem esquecer de fornecer as receitas dos pratos e também as informações sobre a decoração dos espaços. No primeiro deles, ‘um dia de verão’, Leo Botto mostra a sua arte para Isabella Giobbi e Cássia Ávila em um ambiente projetado por Beto Galvez e Norea de Vitto. Em outro, o estilista Ricardo Almeida é recebido por Mazzo França Pinto na “cozinha de estar”, de Clarisse Reade. E Brunette Fracaroli e Rafael Garzón, chamados de feras, mostram suas garras para a bela Maria Fernanda Cândido, em mais um capítulo.
“Cozinhar é alquimia. É a combinação de elementos, magia e filosofia, na busca não da transformação de metais em ouro, mas de alimentos em bocados de prazer. Em um cenário todo negro, criado pelo arquiteto João Mansur, um foco de luz ilumina Emmanuel Bassoleil, o mago solitário que cozinha para despertar os sentidos e procura novos odores, texturas e sabores”.
Já a modelo Carol Ribeiro e o estilista Lino Vilaventura, ambos paraenses, matam as saudades do “sabor provocante” de sua terra com o conterrâneo Sérgio Leão na cozinha de Leo Shehtman. O arquiteto carioca Ricardo Hachiva projetou uma cozinha – pensada para ser um espaço múltiplo – para o segundo andar do restaurante de Claude Troisgros, que afirma: “Não existe amor mais sincero do que aquele pela comida”.
Em um almoço à beira-mar, Zé Hugo Celidonio serviu lagosta regada ao seu famoso beurre blanc para Regina Martelli e Tânia Caldas. O local é um gazebo assinado por Ricardo Bruno e Zau Olivieri, em Búzios, no Rio de Janeiro.
Gisella Amaral, dama do Dia do Rosa – cor da campanha de prevenção ao câncer de mama – troca ideias e experiências com a ex-modelo e hoje chef Adriana Mansur em um ambiente de cores neutras projetado pelo arquiteto e design de interiores Luiz Fernando Grabowsky.
“O chef é o ator principal da peça em cartaz todos os dias no teatro cozinha. No palco, assistido por uma plateia de comensais, ele e seus coadjuvantes são, ao mesmo tempo, atores, dançarinos, malabaristas que seguem uma coreografia impecável e criam fantasia e magia servida em pratos elaborados ao vivo. São doces e salgados momentos que acontecem no restaurante de Felipe Bronze, com cenário assinado por Miguel Pinto Guimarães e iluminação de Maneco Quinderé, em sessões no almoço e no jantar”.
A fotógrafa Vânia Toledo prova as delícias de Maria Alice Solimene durante um ‘papo de amiga’, no ambiente pensado por Esther Giobbi. ‘O cozinheiro, a princesa e o arquiteto’ é a fábula protagonizada pelo arquiteto Felipe Diniz, o chef de cozinha Gastón Yelicich e Paola de Bourbon de Orleans e Bragança.
‘Beleza se põe na mesa e ajuda a abrir o apetite’. Com este conceito, o chef Luis Fernando Perin preparou um robalo com ingredientes leves para a modelo, atriz, jornalista e ex-Miss Itália nel Mondo Karina Michelin, no jantar oferecido na cozinha da Viking em um projeto assinado por Toninho Noronha. Elegância foi a palavra de ordem no encontro entre a empresária de moda Constanza Pascolato, o Maitre Cuisinier de France Erick Jacquin e a arquiteta Débora Aguiar.
“Era uma vez um francês, modelo internacional de sucesso, que, quando aportou no Brasil, seduzido por uma brasileira, apaixonou-se pela luz, pela cor e pelo calor do país, virou padeiro e por aqui ficou. Em Salvador, cercado pela energia mágica da Bahia, um arquiteto projetava casas que traduziam um estilo baiano de viver que começava a extrapolar as fronteiras do estado. Enquanto isso, uma bela morena trocava as passarelas pelos palcos, cinema e televisão. Os caminhos de Olivier Anquier, Davi Bastos e Adriana Alves vieram a se cruzar em São Paulo, por um desses acasos que junta destinos. Olivier Anquier se apaixonou por Adriana Alves, que gostava dos projetos de Davi Bastos, que era fã dos pães de Anquier. Mera coincidência ou estava escrito nas estrelas?”
A artista Isabelle Tuchband se encontra com os sabores criados por Neka Mena Barreto na cozinha ideal planejada de Murillo Schattan. A arquiteta Sandra Picciotom projetou a escola de cozinha do Capim Santo, onde a chef Morena Leite ensina seus truques. Neste ambiente descontraído, as moças receberam Hugo França. Vera Holtz degustou as delícias de Henrique Fogaça na cozinha criada com a criatividade de Guilherme Torres.
Em um encontro nipônico, o arquiteto Ruy Ohtake abriu as portas de um de seus projetos para que o chef Jun Sakamoto apresentasse sua arte. O chef do Fasano, Salvatore Loi, e o sommelier da adega do Fasano, Manoel Beato, se unem no ambiente criado pelo arquiteto João Armentano para saborear uma gema de ovo marinada com batatas defumadas e queijo de cabra. A dupla Attilio Baschera e Gregório Kramer saboreiam as iguarias de Alex Atala, proprietário do sétimo melhor restaurante do mundo, na cozinha gourmet de Dado Castelo Branco.
Serviço
Design Gourmet
Organização: Luiz Felipe
Heide Aranha Moura
Textos: Maiá Mendonça
Fotos: Gabriel Matarazzo
304 páginas
Editora: Magma Cultural
Preço sugerido: R$ 99,00
Sobre a Magma Cultural
A Magma Cultural é uma editora especializada na produção de livros de arte sobre arquitetura, design, fotografia, esportes e história. A editora se propõe a explorar as riquezas da arte e da cultura brasileiras, utilizando a brasilidade como principal essência e empregando sofisticação na linguagem dos projetos e produtos, criando propriedades com valores conceituais e patrimoniais.
Fundada em 2003, a editora já publicou diversas obras premiadas por sua estética e design. Em 2008, o livro As Moedas Contam a História do Brasil venceu o primeiro lugar do Jabuti, premiação de maior prestígio no setor editorial, na categoria Projeto Gráfico. O mesmo livro levou o terceiro lugar na categoria Capa, enquanto Johnny – Eles Falam da Alma e Marc Ferrez – Santos Panorâmico ficaram entre os 10 melhores nas categorias Fotografia e Projeto Gráfico, respectivamente. Em 2009, foi a vez de 60 Artistas e Arquitetos ficar entre os 10 melhores na categoria Projeto Gráfico. Em 2006 e 2007, Príncipe de Astúrias – O Mistério das Prodezas e De Santos a Jundiaí – Nos Trilhos do Café com a São Paulo Railway ficaram entre os 10 melhores na categoria Capa.
