A melhor estratégia para multiplicar seus ativos em tempos de crise

Uma anedota tem rondado o mercado nas últimas semanas: quem foi o maior responsável por acelerar a transformação digital de sua empresa? O CEO, o time de TI, o conselho, o CTO ou a covid-19? A questão é quase retórica, a resposta é praticamente unânime: a covid-19.

Em meio às diversas adaptações que as empresas têm realizado, a restrição de capital é problema comum a todas. Surgem dúvidas de como realizar todos os projetos e iniciativas planejadas para o ano. Com a aversão ao risco de investir em um momento tão incerto, como avançar no planejamento?

Uma das respostas pode vir da estratégia de asset hacking, que possibilita o aumento de performance pelo redirecionamento do uso dos seus ativos (ou de terceiros). Num paralelo com a biologia, essa estratégia pode ser vista como uma espécie de comensalismo, em que espécies diferentes se beneficiam da existência da outra, como a interação entre as bactérias e nosso estômago, que nos ajudam a digerir os alimentos (ou como as hienas, que se beneficiam do esforço de caça realizado por leões). Do latim, “commensale” significa “aquele que come junto com” ou “convidado à mesa”.

O Airbnb é um bom exemplo. O custo de construção dos ativos, manutenção, limpeza, gás, luz, tudo fica a cargo dos usuários. Em vez de passar décadas montando seu império hoteleiro, a plataforma hackeou ativos ociosos (quartos, sofás, até casas inteiras) já disponíveis no mercado e fez disso um negócio para ambas as partes.

Como então usar essa estratégia inovadora?

Uma ferramenta de asset hacking acessível e já muito popularizada é o hackathon. Sua empresa precisa de uma nova ideia de produto, de campanha comercial ou de eficiência em processos? Promova um evento e aproveite do talento ocioso disponível na sociedade com a crise do coronavírus. São milhares de programadores, designers, consultores e profissionais com grande experiência que podem encontrar uma solução inovadora.

Nos hackathons, a dinâmica de execução faz lembrar uma grande feira de ciências, onde equipes multidisciplinares são criadas, sem interferência externa, dando a liberdade de todos trabalharem como quiserem e com quem quiserem, selecionando o desafio que gera a sua motivação de trabalho. Tudo é realizado de maneira ágil e autônoma, desde a ideação até a prototipagem e avaliação das soluções pelos clientes.

Ao final, a empresa promove uma premiação das melhores ideias, que pode inclusive envolver a contratação definitiva dos vencedores. Além de ganhar com a solução desenvolvida, a empresa também consegue promover um hunting assertivo de talentos para incorporar ao time.

Esses eventos ficaram tão populares que já existem startups focadas apenas em sua organização. Uma delas já realizou mais de 300 aqui no Brasil. Os maiores hackathons presenciais chegam a reunir mais 2 mil programadores (um deles foi realizado em um estádio na Califórnia). No final de março, 8 mil participantes participaram remotamente de um com foco em iniciativas de saúde e apoiado pelas gigantes do Vale do Silício.

No dia 9 de abril, também online, o The Global Hack envolveu 12 mil talentos de 100 países. Após 48 horas, um dos vencedores foi um trio de brasileiros com um aplicativo para gestão de dados sobre o coronavírus.
Seja para beneficiar a sociedade, seja para melhorar a performance da sua empresa ou para hunting, não há dúvidas: em tempos de restrição orçamentária, o asset hacking é uma estratégia vencedora.

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