As diferenças entre uma criança dos anos 90 e uma dos anos 2000 é facilmente percebível. Por isso, a forma de lidar com os pequenos também precisa mudar. Não dá para querer aplicar as mesmas regras em gerações tão distintas. Principalmente quando se trata de educação. Hoje, meninas e meninos nascem com smartphones e tablets nas mãos. Como exigir que desliguem os aparelhos na sala de aula?
Ao sair deste modelo ultrapassado de educação e inserir estes novos dispositivos, é possível transformar cada aluno no promotor do seu próprio aprendizado e também incentivar a colaboração entre os estudantes. Desfazer esta sala de aula onde o professor é o centro da atenção e colocar um do lado do outro, para que possam se olhar e se auxiliar. Afinal, o melhor jeito de aprender é ensinando.
A escola também não pode limitar o aprendizado, fazendo com que os alunos pensem que só o que é passado pelo professor é importante. Todos podem aprender juntos e cabe aos educadores estimular a cooperação mutua, instigando o desenvolvimento de ideias próprias.
Essa interação possibilita que cada aluno caminhe no seu ritmo. Quem tem facilidade pode ampliar ainda mais seu conhecimento com o vasto conteúdo disponível na internet. Ninguém precisa brecar o aprendizado porque se destaca em determinado assunto. Cada um estuda no seu ritmo e todos se ajudam mutuamente, mostrando que todos têm alguma coisa para ensinar ao outro.
Também não dá mais para manter este modelo no qual as matérias são ensinadas separadamente. Exige-se dos jovens de hoje que sejam multidisciplinares e isso precisa ter início na sala de aula. Português também se aprende na aula de matemática. Afinal, os problemas não exigem a interpretação de texto? Assim como se pode ensinar biologia na aula de geografia, história com física e tantas outras combinações possíveis. Uma matéria não acaba quando começa a outra.
E além do conteúdo programático é preciso estimular e desenvolver habilidades: liderança, persuasão, oratória, proatividade, resiliência, entre outras. Essas não são qualidades básicas esperadas dos profissionais no mercado de trabalho? Então por que não começar na escola?
Para que tudo isso dê certo e traga bons resultados, todos os responsáveis pelo aprendizado, sejam gestores, coordenadores ou professores, precisam ter bem definido o que os alunos necessitam estudar em cada fase da vida escolar, quais as habilidades que devem ser desenvolvidas, os métodos utilizados para que isso aconteça e como avaliar. De nada adianta o uso da tecnologia se não estiver de acordo com o planejamento. As mudanças precisam estar alinhadas e bem estruturadas. Em alguns casos, o mais indicado será o uso do papel e do lápis, e em outros do computador ou do tablet.
Além disso, também é preciso capacitar os professores. A inserção da tecnologiano dia a dia escolar é muito mais fácil de ser assimilada pelos alunos, que nascem praticamente com estes equipamentos nas mãos. As mudanças são constantes e se destaca quem consegue se adaptar melhor ao novo. Por isso, é preciso parar de enxergar a tecnologia como um inimigo e entender que se utilizada da forma correta traz benefícios para todos: gestores da escola, professores e alunos.
A sociedade mudou muito nas últimas décadas, mas a escola não. O ensino ainda segue o mesmo modelo do século passado. Neste cenário, é possível perceber alunos cada vez mais desmotivados. É fato que a educação precisa se adaptar as novas necessidades e a tecnologia deve ser incluída para melhorar a experiência dos estudantes, garantindo que se sintam mais interessados e determinados a aprender.
* Por Marcos Abellón, diretor geral da W5 Solutions que criou o Q2L – ferramenta multiplataforma de aprendizado, que utiliza conceitos de gamification para apresentar seu conteúdo ao aluno/jogador e tem disponível: os idiomas inglês e espanhol, além das disciplinas do Ensino Médio. Mais informação em: www.q2l.com.br