Nos últimos tempos muito tem sido falado sobre a tecnologia 5G, que atualmente no Brasil está em processo de leilão. Segundo Artur Coimbra, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, o processo deve acontecer ainda este ano. E, enquanto a implantação da estrutura não se inicia, continuamos a sonhar com todos os impactos que essa tecnologia vai trazer à vida dos brasileiros.
Mas enfim, o que é o 5G? Ele representa a chegada do futuro das telecomunicações. Permitirá acesso a aplicações que hoje ainda não são possíveis – pelo menos não com a tecnologia atual. Na prática, o 5G trará maior velocidade para baixar e enviar arquivos (cerca de 100 vezes mais rápido que comparado ao 4G) e conexões mais estáveis.
Com uma internet mais rápida e estável será possível a evolução de carros autônomos, da telemedicina, o surgimento de smartphones mais potentes e de acessórios inteligentes como pulseiras e relógios que ajudarão a monitorar a saúde.
E com certeza a educação também vai evoluir, já que problemas com a internet não serão mais desculpas para o aprendizado. A próxima geração de alunos merece a próxima geração de salas de aula. De acordo com um estudo da Pearson, 59% da Geração Z concorda que a tecnologia transformará a forma como os alunos aprendem no futuro, em comparação com 66% da geração Y.
Os educadores precisam de uma rede sem fio que possa atender aos alunos onde eles estão e fornecer uma experiência de aprendizado contínua. É aqui que entra o 5G.
O YouTube, por exemplo, já tão utilizado por alguns professores, será muito impactado na era 5G. Como a conexão será muito melhor, facilitará assistir vídeos, além de ajudar os professores a eliminar o tempo ocioso com atrasos e falhas.
O 5G abrirá o caminho para salas de aula mais inteligentes (e remotas) baseadas em plataformas de aprendizagem de realidade mista. E isso vem de encontro à aplicação de aprendizagens eficazes em ambientes digitais. Até porque os alunos respondem muito melhor aos processos de aprendizagem ativos e imersivos, melhorando a experiência e a retenção do conhecimento.
Essa nova tecnologia wireless também promoverá um maior uso da IoT (Internet das Coisas), o que poderá gerar uma inclusão da robótica em sala de aula como material didático. Na Finlândia, onde o 5G já está mais consolidado, um robô que dá suporte às aulas de matemática e no aprendizado de idiomas está em teste. O Elias permite ter conversas naturais, ao mesmo tempo que se pratica dança e jogos.
Quando utilizado, o 5G poderá servir como uma ponte entre a realidade aumentada e as salas de aula da vida real. A aprendizagem será capaz de atingir novos níveis com instrutores holográficos e cenas que saem dos livros e se tornam realidade.
Mas o impacto potencial do 5G na educação não se limita à instrução. Também pode ajudar a mudar a forma como as pessoas trabalham juntas. A baixa latência alcançada pode ajudar a potencializar cenários onde a colaboração remota entre alunos será tão natural quanto conversar entre as mesas.
Com resposta quase em tempo real, o 5G na educação oferece o potencial para novos caminhos de ensino e envolvimento em sala de aula, permitindo que os alunos não apenas aprendam como usar tecnologias avançadas, mas também a como desenvolver e criar com elas. As possibilidades são infinitas nesta revolução tecnológica que está transformando a forma de ensinar e aprender.
Nos últimos anos temos vivido experiências incríveis com tecnologias inimagináveis há alguns anos. E ainda temos muitas transformações pela frente. O 5G é uma delas!
*Luiz Alexandre Castanha é administrador de Empresas com especialização em Gestão de Conhecimento e Storytelling aplicado à Educação, atua em cargos executivos na área de Educação há mais de 10 anos e é especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais.