Do ábaco para as calculadoras gráficas, dos mimeógrafos para os tablets e do retroprojetor para a realidade virtual e aumentada, não é de hoje que a tecnologia é capaz de ajudar na educação.
O processo de aprendizagem no século 21 vem passando por profundas transformações. Com estudantes nascidos na era da transformação digital, é mais do que urgente adaptar-se aos novos tempos.
O modelo tradicional composto por professor, lousa e livro é pouco! E não basta apenas trazer a inovação para a sala de aula, o próximo passo é a utilização dos wearables (dispositivos vestíveis) para fazer com que cada indivíduo atinja o seu potencial máximo.
Afaste o seu pensamento de que estes gadgets podem distrair a atenção dos alunos. Eles se tornaram instrumentos modernos e poderosos de aprendizado.
Depois do fracasso de alguns dispositivos, gigantes da indústria começaram a lançar óculos de realidade mista (uma tecnologia que fica no meio do caminho entre realidade virtual e aumentada) que é capaz de ler o movimento dos olhos sem a necessidade de virar a cabeça para cada movimento. E, inclusive, já há utilizações práticas tanto em treinamentos como para prestar assistência técnica em tempo real.
De fato existem muitas metodologias e tecnologias chegando, mas como saber o que de fato engaja e produz retenção real? Temos alguma maneira de medir estímulos?
O NeuroPlus responde a essas perguntas. O gadget é um fone de ouvido com sensor cerebral que melhora a atenção e o autocontrole. Com foco principalmente em crianças e adultos com TDAH, o cérebro é exercitado por meio de jogos utilizam técnicas de neurofeedback, biofeedback e treinamento cognitivo.
Dispositivos como os óculos e o NeuroPlus são só o início, a ponta de um iceberg formado por tecnologias incrivelmente disruptivas.
Rastreadores oculares que detectam quando sua mente está vagando. Roupas que permitem que você “sinta” como é estar no corpo de outra pessoa. Sensores que conectam sua frequência cardíaca ao nível de envolvimento com a classe. Esses são os tipos de tecnologias vestíveis (wearables) que podem impactar em breve como aprendemos.
Embora se torne um hábito às pessoas contarem seus passos ou registrarem suas horas de sono, práticas semelhantes de “quantificação” na educação são os próximos passos.
E, à medida que o custo das tecnologias vestíveis (wearables) diminui, começa a ser possível colocar em prática a teoria de Peter Drucker. Segundo o pai da administração “se você não pode medir, não pode melhorar”.
Já existe uma faixa que rastreia sinais emitidos pelo cérebro. Com um mecanismo semelhante o de um monitor cardíaco, ajuda a assimilar informações sobre o grau de concentração dos alunos na aula.
Outros dispositivos também se dedicam ao mesmo objetivo, analisar a atividade neural para determinar o estado emocional dos usuários. Todos eles são capazes de classificar dados em padrões neurais identificáveis, sugerindo se quem os usa está envolvido, insatisfeito ou estressado, por exemplo.
Embora seja uma área provocativa, em termos de considerações éticas relacionadas a dados pessoais, os professores podem usar os equipamentos para melhorar o envolvimento dos alunos. Isso sem dizer de avaliar os padrões cerebrais em relação a diferentes atividades de aprendizagem.
Os dispositivos vestíveis (wearables) têm uma tremenda oportunidade de oferecerem maior suporte aos estudantes que lutam para se comunicar de forma eficaz. Existe inclusive um gadget que basta pensar em um ato físico (por exemplo, deslizar os olhos para baixo pode significar “eu quero”) e estas palavras são ditas por um aplicativo em voz alta.
O poder da tecnologia para apoiar a educação não pode ser subvalorizado. Se usado da maneira correta, pode ser verdadeiramente transformador!
*Luiz Alexandre Castanha é especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais. Mais informações em https://alexandrecastanha.wordpress.com/