No mundo do trabalho em constante mudança, as empresas estão renovando sua abordagem de RH e trabalhando para criar uma cultura que gira em torno da do bem estar e da felicidade dos funcionários.
Uma pesquisa do Career Builder realizada nos Estados Unidos, descobriu que 50% dos gerentes de RH têm vagas em aberto que não conseguem preencher devido à falta de candidatos qualificados. Enquanto isso, mais de 70% dos trabalhadores dizem que não se sentem satisfeitos com sua carreira e estão procurando ativamente por um novo emprego.
Para atrair e reter os melhores talentos, as empresas começam a reformular sua abordagem de RH, trabalhando para criar uma cultura que realmente gira em torno da felicidade, do bem-estar e da saúde mental no dia a dia dos funcionários.
CHO
Uma forte tendência, que surge no pós pandemia, é designar uma pessoa para garantir que esta cultura seja presente de forma constante e consistente, o papel do Chief Happiness Officer (CHO) ou Chief Health Officer, como também é conhecido, vem para cuidar das questões relativas à saúde mental, entre outras. Esse profissional é, em sua essência, um profissional deRH, geralmente em cargo de gestão, que possui uma formaçãoespecífica para ocupar tal posição e também precisa ter todo um perfil adequado ao cargo e trabalho que irá desempenhar, como por exemplo: ele precisa acreditarque dá para ser feliz no ambiente corporativo ou, até mesmo, que colaboradores felizes são funcionários melhores.
Lá fora, empresas como Google, Airbnb, Salesforce e Chefs Club criaram cargos, como o mencionado acima, que são dedicados a manter e melhorar a experiência dos colaboradores e a cultura da empresa.
E, ao contrário do que possa parecer, ser um CHO não se trata de diversão. Sua função não é apenas promover jogos, melhorar a qualidade da alimentação, oferecer mimos, celebrar os aniversariantes do mês ou promover festas depois do trabalho. Frutas grátis e petiscos são ótimos, mas não criarão um ambiente de trabalho feliz se as pessoas não estiverem motivadas para o trabalho. Trata-se de criar o ambiente para que as pessoas se sintam realizadas no trabalho.
O que fazem?
Esses líderes são responsáveis por gerenciar a estratégia e os processos relacionados à construção e retenção de uma equipe de profissionais. Seu trabalho é otimizar as atividades centradas nas pessoas como contratação, treinamento, desenvolvimento mental e profissional, gestão de desempenho e reconhecimento. Tudo para garantir que esses esforços apoiem o crescimento e os resultados financeiros da empresa.
Para um CHO, a felicidade é o ingrediente secreto a ser adicionado ao planejamento. Ao monitorar e analisar os níveis de felicidade e de saúde mental em uma organização, será mais fácil prever e gerenciar com precisão o envolvimento e retenção dos colaboradores.
O primeiro cuidado que temos que ter para trabalhar a Felicidade no trabalho é não tornar o assunto ou forma de implementação piegas aos olhos da alta liderança, que, geralmente, tem foco somente no resultado. Pois, serão eles, os patrocinadores e os perpetuadores do programa e da sustentação da cultura.
Segundo Martin Seligman, autor do livro Felicidade Autêntica, descreve que “nós não queremos apenas sentimentos positivos; queremos ter DIREITO a eles”.E por que não podemos ser felizes mesmo trabalhando?
Mas qual então são as métricas e KPIs que podem ser colocados em prática para medir a felicidade?
Pesquisas com funcionários: Ao contrário dos longos questionários do passado, faça pesquisas curtas e regulares. As pesquisas que podem ter apenas uma pergunta, são ágeis e fáceis de implantar. Isso permite acompanhar tendências e reunir percepções muito mais rápidas sobre a felicidade dos funcionários.
Employee Net Promoter Score (eNPS): Esta ferramenta envolve perguntar aos funcionários “Qual a probabilidade de você nos recomendar como empregador?” Portanto, se sua pontuação no eNPS for baixa, isso indica os baixos níveis de felicidade no local de trabalho.
Entrevistas com funcionários: Muitas empresas aplicam entrevistas de desligamento, mas por que esperar? Por que não entrevistar pessoas um ano depois de elas entrarem na empresa para descobrir o quão felizes estão?
Ao medir e rastrear a felicidade dos funcionários ao longo do tempo e, em seguida, agir com base no que você aprendeu, os funcionários e a empresa como um todo serão beneficiados.
É difícil não notar a enorme quantidade de artigos e conselhos sobre felicidade, seja no trabalho, na escola ou como levar uma vida mais feliz em geral. “Como ser mais feliz” está em quase toda parte e, no entanto, apesar de toda essa atenção, parece que consideramos a felicidade no trabalho uma meta difícil de ser perseguida pelas empresas.
O fato é que investir na felicidade dos colaboradores vale a pena. Segundo pesquisas da Gallup e Forbes empresas que acreditam nesse caminho registraram:
- 31% de aumento de produtividade
- 44% de crescimento na retenção de talentos
- 51% de redução no turnover
- 66% menos abstenção por doença
- 125% menos casos de Burnout
- 300% mais inovação
Os números são impressionantes, não é mesmo? Que tal começar a pensar a respeito? Em breve teremos mais novidades.
*por Lisia Prado – sócia da Houseof Feelings, primeira escola de sentimentos do mundo. Mais informações em www.houseoffeelings.com