Observo que há muito tempo o perfil dos profissionais está se transformando. Acredito que isso se deve principalmente às mudanças de geração e de valores, que comumente acontecem com o passar dos anos. Os jovens já não buscam apenas empresas que ofereçam bons salários. O reconhecimento e a preocupação com o seu crescimento profissional também acabam pesando na hora de optar por uma vaga. A pesquisa da Hays também fala sobre isso e aponta que apenas 20% dos candidatos estão interessados no valor dos salários. 90% deles valorizam mais os recursos não financeiros. Por isso, o investimento em benefícios que tornem tangíveis essa visão mais macro sobre o trabalho pode ajudar na retenção de talentos. O fato é que algumas empresas ainda têm dúvidas sobre isso: Quais são os benefícios que melhor se encaixam no perfil dos profissionais da minha empresa?
Primeiro, é necessário ter bem claro o perfil da sua empresa e do seu público interno. Por exemplo, se a sua empresa é formada majoritariamente por colaboradores mais velhos e com grande bagagem mercadológica, não vai ser útil oferecer auxílio graduação, porque é provável que a maioria já tenha concluído. É importante observar quais são as aspirações e o que realmente se encaixa nas necessidades dos profissionais.
Costumo dizer também que a empresa deve levar em consideração que profissionais capacitados refletem em melhores resultados. Por exemplo, se a organização tem contato com clientes ou parceiros no exterior é fundamental que tenha profissionais habilitados para manter o relacionamento com eles. Um curso de idiomas seria então uma boa opção de benefício, pois alia o incentivo a melhores resultados. O mesmo vale para um curso de especialização. Em muitos casos compensa investir em treinamento e capacitação para alguns profissionais que já conhecem a empresa e suas atividades.
Após decidir quais os benefícios e para quais funcionários eles serão direcionados, é importante decidir os seus fornecedores. Muitas instituições de ensino têm cursos e pacotes voltados para empresas. É importante que elas sejam flexíveis com relação às aulas, pois os colaboradores que possuem a agenda mais ocupada podem ter dificuldades de se adaptarem a aulas ministradas em um só horário. Não deixe de procurar referências e veja quem a contrata.
Por último, porém não menos importante, analise o desempenho do colaborador na capacitação escolhida. Veja se ele realmente se interessa e se empenha na atividade proposta. Afinal, o benefício precisa ser visto como uma vantagem e diferencial da empresa, e não como um peso.
Percebo que de uns anos para cá o que antes era considerado um gasto, hoje é visto como investimento. Um profissional que se sente valorizado e ativo nas atividades diárias da organização com certeza renderá mais. É provável que esse tipo de política mais humana se estenda ainda mais com o passar dos anos. Sorte dos profissionais, que trabalham em um ambiente de trabalho mais estimulante, e da empresa, que obtêm melhores resultados. No fim todos saem ganhando.
*Lilian Simões, diretora da Essential Idiomas, consultoria brasileira especializada em idiomas para executivos.