No universo da educação não há dúvidas de que a pandemia acelerou a transformação digital. Foram três anos de avanço em apenas três meses! Inovação e disrupção são palavras de ordem e cada organização tem feito o máximo para se reinventar para ontem.
Treinamento e desenvolvimento voltaram ao centro da discussão da área de Recursos Humanos. E os motivos são vários: seja pela ânsia de manter as operações a distância ou mesmo pela necessidade de aprendizagem de novos papéis dentro da atual realidade.
Um exemplo perfeito é o que acontece no setor varejista. Operadores de caixa e outros colaboradores de supermercados hoje precisam ser capazes de receber pedidos online e separá-los. Outras atividades incluem até entrar em contato com o cliente para negociar produtos substitutos ou mesmo aumentar a venda.
Imagine só capacitar esse ‘batalhão’ em cross selling, up selling e contorno de objeções de uma maneira inovadora e acelerada.
Nos ambientes corporativos observamos uma overdose de salas virtuais e treinamentos obrigatórios em formatos digitais saindo do forno em regime de urgência. E até os famosos treinamentos gravados, que chamamos ‘de prateleira’ (até então desacreditados nos últimos anos) cresceram em importância e têm seu lugar ao sol nesta crise.
Nos aspectos pessoais vários fenômenos aconteceram. As plataformas massivas de aprendizagem, as MOOC´s, apresentam um novo momento especial de crescimento.
Segundo dados do Classcentral, as principais plataformas tiveram um aumento expressivo do número de acessos e usuários.
A Edx e o Miriadax, por exemplo, registram um aumento de 52% do número de sessões apenas em fevereiro de 2020. Outra operação que cresceu de maneira assustadora foi o Coursera, que atingiu a incrível marca de 10 milhões de novas matrículas em 30 dias e um aumento de 644% em comparação com o ano anterior.
E, neste mundo pandêmico, até redes sociais trouxeram um olhar para aprendizagem.
A quantidade enorme de lives sobre os mais diversos assuntos no Instagram trouxeram, além de shows, também conteúdos informativo. Segundo a própria rede social houve um crescimento de 70% no número de transmissões apenas no mês de março. Já o aumento da audiência ficou em 50%.
Outra plataforma com um gigantesco potencial para ser utilizado na educação é o Tik Tok. Aplicativo de vídeos de 15 segundos e nova febre entre os jovens de diversas partes do mundo, é atualmente, um dos aplicativos que mais cresce com mais de 1 bilhão de usuários e 800 milhões de usuários mensais ativos.
Uma iniciativa dentro do aplicativo que apresentou a incrível marca de 2,9 bilhões de visualizações foi a hashtag #Education. Lá é possível encontrar todo o tipo de informação: desde como fugir de um tornado e resolver equações matemáticas até curiosidades sobre tubarões brancos em um incrível movimento P2P (pessoa a pessoa).
Embora possa ser uma surpresa, algumas escolas nos EUA já possuem clubes TikTok e professores o utilizam no envolvimento com os alunos. Uma das razões é que os estudantes já têm uma conta na plataforma, sendo possível aproveitar os recursos da tecnologia para envolvê-los no aprendizado criativo.
Um vídeo TikTok tem apenas 15 segundos e, portanto, por padrão, força o usuário a se concentrar em apenas uma idéia-chave. A plataforma parece que foi projetada para aprender e por que não utilizá-la também para fins corporativos? É impossível ignorar os novos hábitos que estão tomando força com a pandemia. Que tal avaliar o Tik Tok no seu planejamento?
*Luiz Alexandre Castanha é especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais. Mais informações em https://alexandrecastanha.wordpress.com/