Coronavírus e a oportunidade de inovar em EAD e Telepresença*

Festival SXSW, Mobile World Congress, Feira do Livro de Londres, Maratona de Paris, Conferência anual de desenvolvedores do Facebook e o Salão do Automóvel de Genebra. A lista de grandes eventos que foram cancelados ou adiados por causa da COVID-19, mais conhecida como novo Coronavírus, só aumenta.

Na Itália todos os eventos esportivos serão realizados sem público pelo menos até o mês de abril. Dubai também pediu que tudo relacionado a esporte seja cancelado até o fim de março.

No caso do Salão do Automóvel de Genebra, uma das grandes vitrines mundiais quando o assunto são lançamentos, o cancelamento foi feito poucos dias antes de sua realização. E as gigantes do automobilismo, que finalizavam seus estandes quando a notícia foi divulgada, precisaram ‘dar seus pulos’.

A solução encontrada pela FIAT, Kia, Audi, Honda e Porsche, entre outras, foi apresentar suas novidades à imprensa especializada e público em geral em vídeos diretamente do evento vazio – ou por meio de comunicados. Mesmo sem querer, foi o primeiro salão virtual da história.

A ordem do dia em diversos países do mundo é evitar grandes aglomerações de pessoas – chegando ao ponto de pedir que só se saia de casa em extrema necessidade ou em horários específicos.

O efeito é em cascata, com escolas e universidades mundo afora cancelando suas aulas e empresas deixando de funcionar.

Já faz algum tempo que falo sobre a utilização de tecnologias inovadoras para trabalhar, participar de reuniões e aprender remotamente. E neste período crítico que vivemos países como a China e escolas americanas estão utilizando ferramentas de educação a distância para garantir que os alunos não fiquem sem estudar e percam o ano letivo.

As empresas que disponibilizam ferramentas de videoconferência também estão se mobilizando.

A Cisco agora permite reuniões de duração ilimitada para até 100 participantes na versão gratuita do Webex. E Microsoft está concedendo licenças gratuitas de uma versão mais robusta do Microsoft Teams. Já na China o Zoom, plataforma que tem ganho grande destaque nos últimos tempos, elevou para 40 minutos o limite para reuniões gratuitas.

Hoje é uma abordagem cautelosa da disseminação do coronavírus e o que isso pode significar para colaboradores e parceiros. Porém também representa uma oportunidade interessante para a utilização de computação imersiva com as realidades virtual e aumentada (RV e RA, respectivamente).

Imagine que o motor elétrico do lançamento do FIAT 500 poderia ser mostrado em detalhes com VR e VA, como também a sensação de liberdade e velocidade de um test drive virtual das novas Mercedes-Benz.

Os fornecedores de tecnologias ligadas à telepresença esperam que o aumento no uso continue mesmo após o fim da epidemia e a volta da ‘vida normal’. E é o que eu penso também: com essa preocupação e o aumento do uso de ferramentas de colaboração, o efeito será duradouro.

Pense nos benefícios!

A característica que mais chama a atenção é a redução de custos. É muito mais econômico fazer um evento, curso ou conferência online do que reunir uma grande quantidade de pessoas pessoalmente e ter que gastar com infraestrutura, alimentação e deslocamento, entre tantos outros custos.

Há também na redução da pegada de carbono, maior agilidade na transmissão de conhecimentos e o conforto de poder participar de um compromisso a partir de qualquer lugar.

Será uma verdadeira mudança de mindset rumo a um mundo digital. É a oportunidade de massificar de uma vez a utilização de ferramentas de EAD, telepresença realidade virtual e aumentada!

*Luiz Alexandre Castanha é especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais. Mais informações em https://alexandrecastanha.wordpress.com/

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