Na tradição hebraica, a cada colheita a terra ganhava um “descanso” de algumas semanas para a recomposição dos seus recursos naturais. Esse período era denominado de sabático. E atualmente esse mesmo termo tem sido muito utilizado por aqueles que optam por um recolhimento em busca de autoconhecimento.
O período sabático tem sido adotado por muitas pessoas que querem fugir da rotina e da correria que a vida das grandes cidades implica. Há muitos que optam por viajar e conhecer outras culturas e formas de viver. Outras que se empenham em se conhecer melhor, praticando um hobby: como aprender a tocar um instrumento ou se dedicar a algum esporte. Entretanto, é preciso refletir antes de optar por essa pausa na carreira, já que ela exige um afastamento do trabalho e requer uma boa preparação financeira.
Assim como nos outros países da América Latina, no Brasil a prática está se tornando conhecida. Uma pesquisa realizada pela consultoria Robert Half com 900 profissionais, revelou que 73% das empresas não oferecem a oportunidade de afastamento para seus funcionários, até mesmo para aqueles de alto cargo. Pode parecer pouco, mas isso significa que ¼ das organizações já avaliam e permitem isso.
Embora ainda seja uma atividade realizada pela minoria, acredito que aqueles que têm essa oportunidade podem tornar esse tempo muito produtivo profissionalmente. Há muitas pessoas que tiram uma parte do período sabático para colocar os conhecimentos em dia. Sabe aquele curso que você sempre quis fazer, mas a correria não permite? Esse é o momento certo!
Costumo atender a muitos alunos que durante esse período aproveitam para estudar idiomas. Os motivos são os mais variados: desde preparação para viagens ao exterior até aperfeiçoamento do idioma para facilitar as atividades no trabalho. E acredito que esse empenho é muito positivo, porque com mais tempo e dedicação aos estudos, o profissional cresce e o mercado agradece.
Além disso, os estudos não precisam ficar apenas na sala de aula. A grande maioria das pessoas costuma viajar ao exterior para conhecer outras culturas, hábitos e formas de viver, com o objetivo de expandir os seus horizontes. Nessas circunstâncias, o aprendizado de outra língua se torna ainda mais fácil e prazeroso. Afinal, você tem contato com novas expressões, dialetos e gírias ao longo dos dias. Isso certamente aliado aos estudos fará uma boa diferença na proficiência.
Durante a viagem, não deixe de visitar museus, pontos históricos, paisagens naturais e até mesmo conhecer a culinária local. Isso é enriquecedor. Outra dica para quem está partindo para essa aventura de autoconhecimento é: não planeje todo o roteiro. Se permita ter liberdade para extrapolar o tradicional e viaje, saia e conheça outros lugares que não foram determinados antes. Essa é provavelmente uma das únicas oportunidades que terá para se aventurar.
Acredito que questionamentos sobre a vida e caminhos escolhidos são inerentes ao ser humano. Os grandes filósofos que o digam. O mercado tende a ver, cada vez mais, o saldo dessas experiências como positivas para o crescimento profissional. Saiba escolher o melhor momento para essa jornada.
*Lilian Simões, diretora da Essential Idiomas, consultoria brasileira especializada em idiomas para executivos.