Como a transformação digital impacta o agronegócio*

Hoje todos estão conectados e tudo está a um clique de distância. Serviços em nuvem, internet das coisas, big data e mobilidade fazem parte do dia a dia das pessoas e de empresas de todos os portes e segmentos. Com o agronegócio não é diferente. A transformação digital faz com que processos, competências e modelos de negócios sejam revisitados sob um olhar tecnológico. As atividades agrícolas passam a ser repensadas visando ganhar competitividade mercadológica. E não só o cultivo e colheita, mas também a gestão.

Em paralelo, o perfil dos produtores rurais também acompanha as mudanças – eles estão conectados. Adultos entre 30 e 49 anos ocupam mais da metade dos postos de trabalho neste setor, que é formado por quase 14 milhões de pessoas, sendo majoritariamente masculino – 82,5%. Pesquisa realizada com estes novos produtores mostra que 7 em cada 10 acessam a internet e que o celular é o aparelho utilizado pela maioria, tanto em casa como na propriedade. Dos entrevistados, 79% acessam a internet diariamente, 97% utilizam o Whatsapp – destes, 41% afirmaram participar de grupo ligados ao trabalho.

E assim como grande parte dos brasileiros, o novo produtor se informa pela internet antes de tomar sua decisão de compra. 7 em cada 10 entrevistados buscam informações antes de comprar maquinário, sendo que 83% acessam o site do fabricante; e 6 em 10 se informam sobre defensivos agrícolas – 74% no site do fabricante.

Neste cenário, o mercado também precisa se preparar para atender as especificidades deste setor – que possui inúmeros desafios. Grande parte da população não entende o agronegócio. Uma pesquisa realizada este ano nos Estados Unidos mostrou que 7% dos americanos acreditam que o achocolatado vem das vacas marrons. Concomitantemente, o consumidor é diariamente bombardeado por informações sobre alimentos saudáveis e não saudáveis. Além disso, é preciso garantir a origem do produto e a segurança alimentar – controlando os riscos de contaminação. Sem contar os custos, capacitação profissional, logística e legislação.

Em todas estas demandas, a tecnologia vem se tornando uma aliada, ajudando a aumentar a produção e melhorar a qualidade de vida do produtor. É possível se antecipar aos efeitos provocados pelas mudanças climáticas, entender qual o melhor momento para plantar e colher, produzir mais com menos terra e água e utilizar os insumos de maneira mais assertiva. Além de considerar a proteção ambiental e a segurança alimentar, buscando reduzir a emissão de poluentes e o uso de agrotóxicos.

Os investimentos realizados até aqui resultaram em um aumento significativo na produtividade por hectare nos últimos anos, por exemplo. Mas, apesar do avanço, é preciso aumentar ainda mais os esforços em tecnologia para o agronegócio crescer e atender os mercados interno e externo. A expectativa é que cada vez mais ferramentas de análise sejam utilizadas neste setor, possibilitando ações corretivas, preventivas e preditivas. Estes investimentos aliados a avanços na infraestrutura logística conduzirão o crescimento do setor.

*James Cisnandes é gerente de Relacionamento da Engineering do Brasil – subsidiária da multinacional italiana fornecedora de soluções e serviços de TI.


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