Seu emprego está seguro? Provavelmente não. A automação e o desenvolvimento de novas tecnologias têm transformado o mundo do trabalho. E está difícil prever quem estará ou não empregado no futuro.
De um lado, alguns especialistas defendem que novos empregos vão começar a surgir. Do outro, temos previsões nada amigáveis para os trabalhadores. Um estudo realizado pela Universidade de Oxford aponta que 63,9% dos empregos no mundo estão ameaçados pelas novas tecnologias. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esse número é 57%. De acordo com a consultoria McKinsey, até 2030, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação, e isso apenas no Brasil.
Países que tem a indústria como seu principal negócio serão os mais atingidos. Na Etiópia, 85% dos empregos correm o risco de desaparecer; na China, 77%. Em contrapartida, no Reino Unido o número é de 35%. Os dados são da pesquisa da Universidade de Oxford. A explicação é simples: as indústrias já estão passando por um amplo processo de automação, com robôs operários dominando as linhas de produção. Desde 2010, o número de robôs industriais cresce 9% ao ano no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Frear a automação não é uma opção viável, pois ela gera economia para as organizações e, consequentemente, mais riqueza para os países. E qual empresa não sonha em dobrar sua produção sem aumentar o investimento? Os efeitos sociais, como o possível crescimento do desemprego, não são vistos como um problema imediato.
Não podemos impedir a nossa sociedade de evoluir, mas qual o real custo da automação? Devemos tratá-la como algo inevitável – quase uma “seleção natural” – ou podemos interferir no seu curso?
O fundador da Microsoft Bill Gates, famoso por defender causas sociais, assustou muitos empresários ao defender a criação de um imposto para robôs. A ideia era taxar a automação de forma diferenciada para criar um fundo social de ajuda para os trabalhadores que perderam suas funções para as máquinas.
Com uma visão mais pessimista, Martin Ford (autor do livro “Rise of the Robots”) acredita que o mundo está prestes a enfrentar um período de desemprego em massa, causando um colapso financeiro. Uma solução possível seria a criação de um salário mínimo social, medida já estudada por países como Finlândia e Holanda.
As mudanças na forma como trabalhamos e produzimos nossas riquezas são irreversíveis. Nossa economia mudou e a sociedade deve passar por tempos complicados por causa disso. Não existe uma fórmula pronta para resolvermos essa equação, pois o momento ainda é novo. A tecnologia certamente já alterou a forma como muitos empregos funcionam, chegando a eliminar algumas funções, mas medidas efetivas precisam ser tomadas por nossos governantes. A questão social afeta toda a população e infelizmente não vejo uma ação real sendo executada. É preciso tomar uma atitude agora para ao menos amenizar as preocupantes consequências dessa eliminação em massa de empregos.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) lançou em março do ano passado um desafio global para o desenvolvimento de ações de estímulo à criação de empregos. Quem conseguir desvendar essa charada leva para casa um prêmio de mais de US$ 1 milhão. Não vejo nossos governantes com este nível de preocupação.
Apesar do aumento da riqueza do país, como um todo, grande parcela da população corre o risco de aumentar os números da pobreza no Brasil. Essa não é uma realidade exclusivamente verde e amarela, mas precisamos enxergar nossa realidade e começar a cobrar medidas de nossos governantes. A automação é um avanço tecnológico extremamente positivo, mas jamais podemos nos esquecer de suas sérias consequências sociais.
*Por Fabrício Vendichetis Martins, CEO da Indigosoft – startup que oferece soluções de automação digital, focadas em simplificar o trabalho diário de empresas de todos os segmentos, além de consultoria especializada. Mais informações em: http://www.indigosoft.tech
Seu emprego está seguro? Provavelmente não. A automação e o desenvolvimento de novas tecnologias têm transformado o mundo do trabalho. E está difícil prever quem estará ou não empregado no futuro.
De um lado, alguns especialistas defendem que novos empregos vão começar a surgir. Do outro, temos previsões nada amigáveis para os trabalhadores. Um estudo realizado pela Universidade de Oxford aponta que 63,9% dos empregos no mundo estão ameaçados pelas novas tecnologias. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esse número é 57%. De acordo com a consultoria McKinsey, até 2030, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação, e isso apenas no Brasil.
Países que tem a indústria como seu principal negócio serão os mais atingidos. Na Etiópia, 85% dos empregos correm o risco de desaparecer; na China, 77%. Em contrapartida, no Reino Unido o número é de 35%. Os dados são da pesquisa da Universidade de Oxford. A explicação é simples: as indústrias já estão passando por um amplo processo de automação, com robôs operários dominando as linhas de produção. Desde 2010, o número de robôs industriais cresce 9% ao ano no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Frear a automação não é uma opção viável, pois ela gera economia para as organizações e, consequentemente, mais riqueza para os países. E qual empresa não sonha em dobrar sua produção sem aumentar o investimento? Os efeitos sociais, como o possível crescimento do desemprego, não são vistos como um problema imediato.
Não podemos impedir a nossa sociedade de evoluir, mas qual o real custo da automação? Devemos tratá-la como algo inevitável – quase uma “seleção natural” – ou podemos interferir no seu curso?
O fundador da Microsoft Bill Gates, famoso por defender causas sociais, assustou muitos empresários ao defender a criação de um imposto para robôs. A ideia era taxar a automação de forma diferenciada para criar um fundo social de ajuda para os trabalhadores que perderam suas funções para as máquinas.
Com uma visão mais pessimista, Martin Ford (autor do livro “Rise of the Robots”) acredita que o mundo está prestes a enfrentar um período de desemprego em massa, causando um colapso financeiro. Uma solução possível seria a criação de um salário mínimo social, medida já estudada por países como Finlândia e Holanda.
As mudanças na forma como trabalhamos e produzimos nossas riquezas são irreversíveis. Nossa economia mudou e a sociedade deve passar por tempos complicados por causa disso. Não existe uma fórmula pronta para resolvermos essa equação, pois o momento ainda é novo. A tecnologia certamente já alterou a forma como muitos empregos funcionam, chegando a eliminar algumas funções, mas medidas efetivas precisam ser tomadas por nossos governantes. A questão social afeta toda a população e infelizmente não vejo uma ação real sendo executada. É preciso tomar uma atitude agora para ao menos amenizar as preocupantes consequências dessa eliminação em massa de empregos.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) lançou em março do ano passado um desafio global para o desenvolvimento de ações de estímulo à criação de empregos. Quem conseguir desvendar essa charada leva para casa um prêmio de mais de US$ 1 milhão. Não vejo nossos governantes com este nível de preocupação.
Apesar do aumento da riqueza do país, como um todo, grande parcela da população corre o risco de aumentar os números da pobreza no Brasil. Essa não é uma realidade exclusivamente verde e amarela, mas precisamos enxergar nossa realidade e começar a cobrar medidas de nossos governantes. A automação é um avanço tecnológico extremamente positivo, mas jamais podemos nos esquecer de suas sérias consequências sociais.
*Por Fabrício Vendichetis Martins, CEO da Indigosoft – startup que oferece soluções de automação digital, focadas em simplificar o trabalho diário de empresas de todos os segmentos, além de consultoria especializada. Mais informações em: http://www.indigosoft.tech