Você já parou para pensar em como os algoritmos fazem parte do nosso cotidiano? Pode parecer que não, mas eles são fundamentais para realizar diversas tarefas do dia a dia.
Como conceito, os algoritmos são simplesmente uma série de instruções a serem seguidas, passo a passo, para fazer algo útil ou resolver algum problema. São usados em todas as áreas de TI e computação, manipulando, processando dados e realizando diversos cálculos ou ações.
E na prática, eles estão em tudo o que fazemos, utilizando os dados que geramos e compartilhamos. Muitas pessoas se recusam a dividir informações com medo do que a empresa do outro lado seja capaz de fazer com elas. Sim, a preocupação é muito válida, ainda mais depois da promulgação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Porém vale a pena repensar esse conceito a partir do momento que a empresa devolve, em troca dos dados, serviços, vantagens e/ou benefícios. O Waze é um exemplo muito interessante.
Esse aplicativo é um aliado precioso em cidades onde o trânsito é caótico – ou em viagens. A sua precisão ao traçar uma rota e estimar o tempo de chegada ao destino é algo que me deixa, muitas vezes, espantado. E isso só acontece pois todas as pessoas que o utilizam concordam em ceder os seus dados. Fluxo de veículos, velocidade média, acidentes ou obras alimentam os algoritmos do Waze, que ajudam a calcular a maneira mais simples de ir do ponto A ao ponto B.
Ao disponibilizar informações como a localização e perfil de uso é possível pensar em muitas possibilidades de utilização. Outra iniciativa, desta vez por parte de seguradoras, vem ajudando os motoristas a pagarem menos na hora de renovar o seguro.
Basta instalar um aplicativo que monitora a maneira como a pessoa dirige: velocidade, frenagem e uso do celular ao volante, entre outras métricas. O processamento desses dados (com a ajuda de algoritmos) promove uma pontuação ao motorista, medindo assim os riscos de colisão ou sinistro. E quanto melhor o número, maior o desconto.
Outro exemplo interessante vem das seguradoras e planos de saúde. Se as pessoas utilizam os smartwatches e smartbands para monitorar temperatura, pressão arterial e oxigenação do sangue, por que não compartilhar esses dados para ter dicas de saúde?
Os algoritmos utilizam o mesmo princípio aplicado para ter mais descontos no seguro: a telemetria. Hoje esses dispositivos podem inclusive ajudar a monitorar os sinais vitais contra a covid-19.
Em um futuro próximo será possível compartilhar esses dados com as operadoras, que poderão prever acontecimentos ligados à saúde (avisando a pessoa) e oferecer descontos para os que seguirem uma vida mais saudável e obterem bons resultados.
E, se os algoritmos podem ajudar a monitorar a saúde, por que não usá-los a favor do coração e do estômago? Aplicativos de encontros localizam pessoas perto do usuário e fazem recomendações de perfis que podem ser interessantes a partir de diversos parâmetros, aprendendo com as escolhas (e recusas) feitas.
O mesmo processo vale para aplicações de delivery de comida e alimentos. Se você adora um restaurante japonês, ou só pede os pratos mais econômicos, as primeiras opções mostradas pelo algoritmo dentro do sistema serão essas.
Nos últimos meses, por causa da pandemia, as empresas aceleraram a sua transformação digital, antecipando anos de inovação em poucos meses. O resultado foi o crescimento da procura e adoção de tecnologias como aplicações mobile, chatbots, big data e machine learning.
Isso aconteceu na sua empresa? Sim, é importante correr atrás de inovações disruptivas que também levem em conta a utilização de algoritmos. Os projetos precisam começar pequenos e serem escalados aos poucos. Todo cuidado é pouco para garantir os melhores resultados e preservar os investimentos realizados.
*João Moretti é consultor na área de tecnologia, CEO da Moretti Soluções Digitais, presidente da ABIDs e fundador e sócio das startups AgregaTech, AgregaLog, Rodobank, Paybi e outros