Hoje faço um convite à reflexão sobre os conflitos da mulher para exercitar múltiplos papeis. Pensando na mulher empresária, aquela sobretudo que dirige diretamente ou através de colegiado, uma organização familiar, podemos refletir sobre situações de conflitos tanto do ponto de vista gerencial, quanto dos laços afetivos, que ela incorpora ao defender os interesses da empresa e da família numa “queda de braço” difícil de equilibrar.
As empresas familiares, responsáveis por mais de 90% das empresas no Brasil, são em sua maioria dirigidas por homens, mas não raro, encontram nas mulheres do segundo ou terceiro escalões a força da gestão operacional.
Ao mesmo tempo em que elas são responsáveis pelo desenvolvimento das operações do dia a dia da empresa, também são responsáveis pela manutenção das boas relações familiares e cuidados com os filhos e afazeres da casa.
É interessante observar que os assuntos da casa acabam nas mesas de reunião das empresas e os assuntos da empresa na cama do casal. Sim, porque as empresas familiares são compostas em grande parte por casais que iniciam um negócio sozinhos e aos poucos vão introduzindo filhos e outros parentes.
Essa “promiscuidade” nos papeis da empresa é responsável por muitos conflitos. Quando não há definição clara do que cada membro da família deve responder na operação do negócio é comum superposição de atividades, retrabalho, ou até mesmo o deixar de fazer porque, pressupunha-se que a responsabilidade era do outro.
A decisão de profissionalizar a gestão começa a aparecer como uma alternativa inevitável para mitigar os conflitos e não permitir que os interesses individuais dos membros da família se sobreponham ao interesse coletivo, aquele que atenderá as expectativas da empresa de resultados e lucros.
O desafio da mulher empresária é equacionar todos esses interesses e ainda resguardar os relacionamentos afetivos, preservando o bom andamento das relações familiares. Muito, não? O almoço de domingo precisa ser mantido. As comemorações em torno de datas festivas, aniversários, etc, precisam ser preservados.
A solução que me parece mais saudável e de bom senso realmente é a profissionalização da gestão, como falei acima. Pense nisso!
*Por Zaíra Vasconcelos, business coaching da ActionCOACH – empresa líder mundial em business coaching para pequenas e médias empresas e primeira franquia de coaching no Brasil. Mais informações em: http://actioncoach.com.br/e-book/