Em uma era de mudanças contínuas, uma cultura proativa e adaptativa é um ativo crítico. Hoje a cultura organizacional é um dos pontos mais importantes de uma empresa. Ela é capaz de influenciar inclusive na atração e retenção de talentos, como também na maneira que todos desempenham as suas funções e até mesmo nos resultados da companhia.
A má cultura, por outro lado, pode causar estresse e descontentamento no local de trabalho. Conseguir o equilíbrio certo pode ser um desafio. Mesmo que uma empresa faça um excelente trabalho durante a contratação, assédio, má conduta e problemas de comunicação ainda irão surgir e comprometer a cultura, trazendo desconforto e insegurança.
Mas como garantir que os colaboradores tenham valores e crenças azeitados com os da empresa sendo que muitos estão trabalhando home office? E, no caso de quem entrou na organização após o início do isolamento social, a situação se agrava ainda mais.
A solução pode ser mais simples do que parece: educação digital. Por exemplo, atividades educacionais digitais podem ser usadas para treinar os colaboradores sobre as condutas adequadas, sem que se sintam vulneráveis como quando reunidos em uma sala de aula presencial.
A educação digital também pode ser usada para ajudar a organização como um todo a compreender problemas comuns de saúde mental e como a conduta pode afetar essas condições. Empatia, comunicação e respeito são habilidades que podem ser aprendidas com a atitude, conteúdo e ambiente corretos.
Os currículos de e-learning podem incluir cursos e treinamentos online, questionários e até mesmo aprendizado gamificado. Para que a estratégia seja eficaz na melhoria da cultura organizacional, entretanto, o processo de aprendizagem deve estar inserido na própria cultura.
E onde essa cultura de aprendizagem precisa começar? Pelo topo, é claro. Muitas organizações que desejam melhorar sua cultura e fazer com que os funcionários se sintam mais confortáveis no trabalho têm dificuldade em descobrir por onde começar. A boa (ou a má) notícia é que o melhor lugar para começar é pelo topo. É importante obter a adesão da alta administração para definir o tom para toda a organização.
Uma das dicas mais importantes para as empresas ao iniciarem uma cultura de aprendizagem é esta: incentive, não exija. Ninguém vai absorver lições sobre conduta se não estiver disposto e aberto para aprender.
Incentivar o processo ajudará a garantir que todos aprendam, mesmo que relutem em abraçar a mudança que vem com a melhoria da conduta. Você não pode fazer com que todos se preocupem com essas questões mas, com a educação digital, é possível tornar a cultura organizacional muito melhor.
Segundo pesquisa do Gartner, em 2021, 80% das médias e grandes empresas mudarão sua cultura como uma forma de acelerar sua estratégia de transformação digital.
E as lideranças de RH não estão sozinhas no compromisso de desenvolver a cultura da organização. O Gartner inclusive prevê que, nesse ano, os CIOs serão tão responsáveis pela mudança cultural quanto os diretores de RH.
A missão e os valores de uma organização geralmente são responsabilidade do RH. A parceria entre TI e RH pode lançar luz sobre como a TI pode tomar decisões de design de tecnologia e processos que promovam a intenção da cultura organizacional desejada.
Outra questão é que muitos CIOs perceberam que a cultura pode ser um acelerador da transformação digital e que esses profissionais têm os meios para reforçar a cultura desejada.
As iniciativas de diversidade e inclusão é uma outra área em que CIOs e gestores de RH podem cooperar. O departamento de TI deve fazer parcerias com o RH para estabelecer programas de monitoramento, medição e aprimoramento da inclusão. Isso porque os gestores de tecnologia têm bastante experiência em trabalhar com equipes heterogêneas, que envolvem inclusive pessoas de outras áreas.
A reflexão é urgente e não pode esperar!
*Luiz Alexandre Castanha é administrador de Empresas com especialização em Gestão de Conhecimento e Storytelling aplicado à Educação, atua em cargos executivos na área de Educação há mais de 10 anos e é especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais. Mais informações em https://alexandrecastanha.wordpress.com/