“O luto, via de regra, é a reação à perda de uma pessoa querida ou de uma abstração que esteja no lugar dela, como pátria, liberdade, ideal etc…”, assim escreve Freud em “Luto e melancolia”.
Com mais de 550 mil vítimas apenas no Brasil, a pandemia do novo coronavírus é considerada uma grave crise do ponto de vista médico e, também, psicológico. Além das perdas em massa em curto espaço de tempo, as dificuldades de se despedir na iminência da morte, bem como a restrição nos rituais funerários, podem dificultar a experiência de luto.
Foi pensando nesse cenário e no impacto na saúde mental de seus colaboradores que a Nestlé criou o Projeto Supera. Conduzido pela House of Feelings, a primeira escola e sentimentos do mundo. E a participação não é restrita a apenas colaboradores, mas também aos seus familiares: um universo de mais de 56 mil vidas impactadas.
O objetivo é mostrar que a Nestlé tem responsabilidade não apenas com os colaboradores, mas também com as pessoas do seu convívio mais próximo, como os parentes. “Nosso compromisso é de ajudar a gerenciar essa dor, respeitando o momento e trazendo acolhimento, para que seja menos doloroso”, explica Katia Regina, gerente de Benefícios e Bem-estar da Nestlé.
Para o primeiro encontro, realizado no dia 27 de maio, foram convidados os colaboradores da área de Gestão de Pessoas de todas as divisões, como também seus familiares, e participaram 54 pessoas
Com a duração de uma hora, a sessão teve um tom leve e orientativo. Os participantes tiveram a oportunidade de expor seus sentimentos, contando suas experiências.
“Nenhum de nós está preparado para falar sobre a morte. A proposta deste encontro é dar espaço para falar sobre o que dói é trocar o medo do desconhecido por respeito” explica uma das sócias da House of Feelings, Virginia Planet, sobre o objetivo do encontro.
“Estamos criando uma rede de apoio para ajudar as pessoas a passarem por esses tempos tão difíceis. Não temos como objetivo minimizar a dor, já que cada um tem o seu momento. Queremos mostrar acolhimento e empatia, não julgando o momento de cada um”, conta Katia.
E o resultado do encontro pode ser definido como um sucesso. O tempo determinado foi pouco, já que praticamente todos os presentes gostariam de compartilhar o momento que estavam passando. Uma pesquisa de satisfação foi feita e a classificação média foi de 4.57 estrelas, entre cinco estrelas.
Algumas respostas:
“Acho que o mais bacana desse tipo de sessão é fazer com que o colaborador se sinta à vontade para compartilhar momentos difíceis que está passando.”
“Achei muito bom e pode ajudar muitas pessoas, minha recomendação é para que todos possam ter oportunidade de um momento como esse.”
“Condução do tema realizado com total positividade e agregou muito para superação das dificuldades neste momento.”
“Gostei demais dessa experiência, achei super necessária! Me fez ter outras visões sobre esse assunto tão delicado.”
“Gostei muito da sessão, agregou bastante principalmente pelo momento que estávamos vivendo. Parabéns a todos!”
O próximo encontro, ainda sem data marcada, vai incluir os colaboradores da área de vendas, repositores e merchandising. “As pessoas se sentem mais seguras ao compartilhar seus sentimentos, fortalecendo sua rede de apoio”, finaliza Katia.