Em paralelo ao coronavírus e seus desdobramentos, vemos surgir uma pandemia de medo e estresse. Transtornos psicológicos como ansiedade e depressão já começam a representar uma nova onda de danos à saúde. Afinal, manter-se sereno dentro do turbilhão de informações e emoções que envolvem esta pandemia está sendo um desafio intenso para todo o mundo.
Pesquisa recente do Instituto Bem do Estar em parceria com a Noz Pesquisa e Inteligência, mostra que sete em cada dez brasileiros estão com medo acima do normal devido à pandemia. Até certo ponto, é esperado sentir-se mal, ansioso, com raiva, insatisfeito ou triste diante de tantos desafios que aparecem na nossa frente. Mas o sinal de alerta toca, pois este se torna o cenário ideal para o aparecimento de problemas mais sérios, como a síndrome de burnout – também conhecida como síndrome do esgotamento profissional – que no Brasil já atinge cerca de 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
Diferentemente da saúde física, os sintomas das desordens emocionais e psicológicas não são tão visíveis e isso dificulta a identificação desse problema. Para se ter uma ideia da dimensão do que estamos falando, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, o mundo gastará 6 trilhões de dólares com doenças emocionais até 2030.
Essa vulnerabilidade escancarada acelerou uma tendência nas organizações: cuidar do psicológico dos funcionários. Por isso, é necessário que as empresas apostem em estratégias que cuidem da saúde mental dos colaboradores.
Estudos recentes têm provado que a felicidade não é algo que simplesmente acontece na vida de uma pessoa. Mais do que um sentimento ou uma sensação, felicidade é uma ciência. Uma das descobertas mais importantes da psicologia positiva – feita pela cientista Sonja Lyubomirsky, da University of California – revelou que ser feliz é a causa do sucesso. Isso significa que, quando as pessoas estão felizes, elas alcançam seus objetivos com mais facilidade. Outra comprovação da ciência é o fato de que a felicidade libera hormônios, como a ocitocina, que aumentam a capacidade cognitiva.
No livro “A ciência da felicidade“, a autora e pesquisadora mostra que 50% da felicidade é predeterminada geneticamente. A outra metade depende do nosso dia a dia, sendo 10% fruto das circunstâncias da nossa vida – relacionamentos, emprego, finanças, clima e a política do país, por exemplo. E agora, o mais interessante: os 40% restantes dependem, única e exclusivamente, do estado da sua mente. Ou seja, basicamente, a sua felicidade está em suas mãos.
Por isso, diferente do que muitos pensam, ser feliz não é um destino distante, mas sim um hábito que se pode cultivar ao longo do caminho. A ciência atesta que, para se obter a felicidade plena – duradoura e conquistada a longo prazo – é preciso se expor a emoções positivas: alegria, gratidão, serenidade, interesse, esperança, orgulho, diversão, inspiração, fascínio e amor.
Se eu pudesse dar alguma dica para ter mais felicidade no nosso dia a dia focaria em três pilares: relacionamentos, novas experiências e gratidão.
Os relacionamentos são a base da nossa vida. Pessoas que têm mais vínculos com as suas famílias, amigos e comunidade alcançam um índice de felicidade bem maior que os solitários. Já viver novas experiências é, comprovadamente, uma das iniciativas que mais traz bem-estar e satisfação. Além disso, a gratidão nos incentiva a perceber e saborear experiências positivas, ajuda a valorizar as circunstâncias da vida, favorece a autoestima e ajuda até a fortalecer os laços sociais.
Há uma frase do monge David Steindl-Rast que diz: “Não é a felicidade que nos faz gratos, é a gratidão que nos faz feliz”. E você, já buscou sua felicidade hoje?
*por Ju Ferreira, palestrante e mentora, criadora da metodologia Alquimia Pessoal, executiva de uma empresa de TI há 17 anos. Mais informações em www.juferreira.com.br e www.alquimiapessoal.com.br