Conceitualmente a primarização visa devolver ao controle da empresa embarcadora a contratação, gestão e operação direta de processos normalmente terceirizados. Ao primarizar assumindo a contratação direta as empresas automaticamente ganham autonomia e geram resultados superiores de produtividade, nível de serviço e negociações mais flexíveis e diferenciadas.
O conceito pode ser tentador, mas mesmo assim capaz de despertar medo e desconfiança em muitos: ‘Como assim, abrir mão de fornecedores com quem trabalho há tanto tempo e me relaciono tão bem?’ pode ser um dos questionamentos. E há ainda diversos outros.
O segundo deles é o receio de que a carga não seja entregue, que parte dela seja desviada ou mesmo chegue ao destino com uma qualidade inferior do que com as transportadoras utilizadas atualmente.
Há quem desconfie e não queira entrar direto em contato com os caminhoneiros pois eles são independentes, não tendo uma empresa sólida por trás que vai garantir a eficiência do serviço prestado.
Se alguns dos exemplos mostrados acima são os seus receios atuais, posso dizer que é possível sim aproveitar os benefícios da primarização logística.
Como? Simplesmente começando a implantação por etapas.
Não é necessário trocar 100% da sua operação, de todas as filiais ou plantas de produção, de uma vez só. Aliás, eu mesmo diria que fazer isso é uma loucura. É aquele ditado: ‘nunca aposte todas as suas fichas em apenas um número’.
Comece com uma parte, testando o modelo em apenas um local. E se você não deseja montar um time interno que tome conta de todos os processos e do relacionamento com os caminhoneiros não tem problema, há empresas no mercado que fazem justamente isso.
Elas usam a tecnologia a favor da primarização logística, ‘fazendo a ponte’ entre sua empresa e os caminhoneiros.
O maior benefício da primarização é financeiro, há possibilidades de economizar até 30% em transportes. Uma operação com times de alta performance, que emprega tecnologia digital contempla ainda mais benefícios.
A redução é possível ao utilizar aplicativos baseados em inteligência artificial, machine learning, business intelligence e internet das coisas. O ambiente gerencia uma rede de motoristas e usa a geolocalização para saber onde cada um deles está.
Nós tivemos um caso prático bem interessante. Uma grande empresa do setor de eletrodoméstico tinha justamente o receio de romper o contrato com a transportadora que prestava serviços há muito tempo e tinham um excelente relacionamento.
Ela então decidiu acreditar na primarização logística e a adotou em uma de suas unidades fabris. Quer saber o resultado? Houve uma redução de 30% a 40% com os custos de transporte! Ou seja, economia para empresa.
O grande segredo não é eliminar os outros modais, mas sim analisar a estrutura logística e o cenário da sua empresa, definindo como a primarização logística pode ser aplicada.
E aí, depois de saber todas essas informações, o medo passou?
* Artigo escrito por Jarlon Nogueira, CEO da AgregaTech – empresa de tecnologia que oferece soluções inovadoras de logística de transporte para a indústria. Mais informações em http://agrega.tech