Tendências em tecnologias educacionais para 2018*

As companhias que buscam treinar seus colaboradores precisam se apoiar em
diferentes ferramentas para obter os resultados desejados, afinal, a rotina dos
profissionais é bastante intensa. O estudo “Meet the modern learner”, realizado pela
Bersin by Deloitte, aponta que os profissionais têm no máximo 24 minutos por
semana para estudar. Outro complicador é que são pessoas sobrecarregadas,
distraídas e impacientes – o que dificulta ainda mais o aprendizado.

Neste cenário, é importante inovar e se reinventar para despertar a atenção e o
interesse do público que participa de ações de treinamento. Daí a importância da
tecnologia, que vem avançando em várias áreas e em educação não é diferente. Por
isso, compartilho seis tendências em educação para os próximos anos com alguns
cases de aplicação:

1) Edutainment ganha força

O uso de recursos de entretenimento na educação não é algo novo, porém, essa
linguagem ganha força como pano de fundo para as experiências de aprendizagem.
Desta forma, estudar pode ser uma experiência menos “chata”, pois existe uma
abertura para explorar o lado divertido do conhecimento. O uso de games,
Realidade virtual e simulações são alternativas para deixar a experiência de
aprendizagem mais atrativa e inesquecível.

2) Microlearning

Ainda compartilhando dados do estudo da Bersin, a maioria das pessoas não assiste
vídeos com mais de quatro minutos e desbloqueiam seus smartphones até nove
vezes por hora. Por isso, certamente, a estratégia de fatiar o conteúdo em porções
menores, mais relevantes e conectadas através do conceito de vídeos, infográficos,
pílulas de aprendizagem serão muito utilizadas em 2018.

Uma das maiores fabricantes de joias do mundo, a Pandora, percebeu no
microlearning um meio de qualificar seus vendedores e este método vem sendo
utilizado em larga escala com o uso de vídeos curtos e games que podem ser
acessados pelo smartphone. As taxas de conclusão são de 80% e 90% dos
profissionais da companhia afirmam preferir esta modalidade de ensino ao invés de
cursos tradicionais.

3) Gamification para capturar a atenção e o interesse

Motivar as equipes por meio de atividades lúdicas e que oferecem competição e
entusiasmo por um trabalho bem feito também é uma maneira de as organizações
envolverem e desafiarem os colaboradores. Este método é utilizado pelo Exército
dos Estados Unidos como ferramenta para seleção e treinamento de militares desde
2002.
Foi desenvolvido um jogo denominado America’s Army que funcionou como uma
importante ferramenta de marketing. Em 2005 gastava-se de 5 a 8 dólares por
pessoa com propaganda na TV e o jogo custava 10 centavos por pessoa – ou seja,
com 1 milhão de dólares, era possível atingir 154 mil pessoas pela TV e 10 milhões
com o game. Em três anos, um em cada cinco inscritos na academia militar haviam
jogado o America’s Army – cerca de um em cada três soldados recrutados naquele
ano. É ou não um caso de sucesso?

4) Realidade virtual e realidade aumentada

Essas são outras duas tendências que já vem sendo faladas há algum tempo e cada
vez mais passaram a ser inseridas no dia a dia – principalmente com a diminuição de
custos. A experiência totalmente imersiva é a realidade virtual e a inclusão do
mundo digital em atividades rotineiras é a realidade aumentada.
Times da NFL – Liga Nacional de Futebol Americano, em tradução livre, como
Patriots, Dallas Cowboys, Minnesota Vikings e Arizona Cardinals, estão utilizando a
realidade virtual por meio de vídeos em 360° para o treinamento de jogadores,
principalmente os quarterbacks. Os estudos demonstraram que o tempo de reação
desses profissionais tem melhorado sensivelmente, além de diminuir os riscos de
lesões, mais prováveis de acontecer nos treinamentos no campo.

5) Chatbot, inteligência artificial e machinelearning

Um professor do curso on-line de Ciências da Computação do Instituto de
Tecnologia da Geórgia optou por utilizar um robô, a Jill Watson, para responder
algumas das mais de 10 mil mensagens que os alunos postavam nos fóruns
relacionados aos temas da disciplina. Isso nada mais é do que chatbot. A Watson
ajudou os estudantes a solucionarem questões de rotina, com lembretes da datas de
entrega de trabalhos e também apoiando no desenho de programas digitais.
Essas tecnologias ajudam a tornar o aprendizado mais interativo e completo. Os
treinamentos on-line podem acontecer através de plataformas de ensino ou m-
learning. Assistentes virtuais, como a Jill Watson, podem ser utilizados para reforçar
o conteúdo, tirar dúvidas, fazer testes e avaliar o desempenho. E além de ser uma
maneira inovadora e interessante de ensinar, o custo é relativamente baixo.

6) Mobile, mobile e mobile

Dados da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações indicam que o Brasil
terminou outubro de 2017 com 240,9 milhões de celulares e densidade de 115,76
celulares por 100 habitantes. Ou seja, já temos mais celulares do que pessoas.
Neste cenário, contar com o mobile para o aprendizado é mais do que relevante.
Aqui cabe o exemplo que citei da Pandora acima, e também o da Motorola no Brasil
que junto com a operadora Vivo já realizam grande parte da capacitação através do
celular.
Vale citar que o canal mobile canal ganha ainda mais forca quando analisamos com
mais cuidado os millennials, que são grande parte da força de trabalho de hoje e dos
próximos anos. Segundo estudo da KPCB/Zogby Analytics, 87% dos millennials não
largam seus smartphones nem para dormir!

Contar com o apoio da tecnologia tornou-se fundamental para oferecer experiências
dinâmicas de aprendizagem e reter a atenção das pessoas. Vale estudar mais a
fundo cada um dos temas mencionados e avaliar como podem ser aplicados de
acordo com o perfil de cada turma e também de cada tema. Certamente, os
resultados serão extraordinários.

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