O novo ano chegou trazendo para o Brasil um dos eventos mais esperados pelo mundo todo: a Copa do Mundo. Há quem não simpatize com isso, mas a maior parte da população está com grandes expectativas, tanto pela torcida nos jogos, como também pelo bônus financeiro.
Segundo levantamento realizado pela Embratur, os esperados 600 mil turistas estrangeiros junto aos brasileiros gastarão um total de R$ 25,2 bilhões durante a Copa. Ao todo, o evento deve movimentar em torno de 3,6 milhões de pessoas em todo o país. Olhando por esse viés, será uma grande oportunidade para a movimentação da economia.
E no quesito hospedagem, acredito que não teremos problemas também. Afinal, as cidades-sede dos jogos, que são doze ao total, estão investindo no crescimento do setor hoteleiro. O Rio, por exemplo, recebeu algumas redes de hotel, e pretende ganhar 15 mil novos quartos até 2016. Mas, e o país, estará preparado para garantir a segurança de tanta gente?
Dentre aqueles que discordam da realização do evento aqui, há os que afirmam que não temos estrutura para abrigar tantos turistas e muito menos de garantir a segurança deles. Entretanto, é possível que se não houver um planejamento e ações específicas durante os 32 dias em que o evento acontecer, o quesito segurança pode vir a ser a nossa “pedra no sapato”. Cabe aos responsáveis pela segurança nacional definir estratégias que diminuam a incidência de atos criminosos.
Seguindo essa linha de raciocínio, eu defendo que é fundamental a adoção de ferramentas mobile pelos órgãos responsáveis pela segurança. Um exemplo disso é o que vem sendo feito Polícia Militar do Espírito Santo. Os policiais receberam telefones conectados à internet, de onde podem consultar a placa de veículos e a ficha criminal de suspeitos abordados em tempo real.
Outra ideia é oferecer aos turistas a possibilidade de acessar um aplicativo ligado ao sistema da polícia, para denunciar casos de assaltos e roubos. Há poucos meses foi lançado o Agentto, em Goiás, aplicativo que chama a polícia com apenas um toque na tela. O usuário pode cadastrar até doze conhecidos, que também são alertados em caso de emergência. O sistema da polícia recebe o chamado e se direciona imediatamente ao local em que a vítima está.
Aplicativos como estes podem facilitar a chegada de socorro. Além de ser uma alternativa prática, tanto aos turistas quanto aos policias, estes também teriam a possibilidade de direcionar viaturas mais próximas a partir do compartilhamento de informações entre eles.
No Brasil já existem alguns protótipos de sistemas semelhantes a esses que citei. Ainda não há uma utilização massiva, mas é provável que se torne mais comum com o tempo, principalmente com a popularização de tablets, smartphones, e do uso de aplicativos móveis pelas corporações.
Bom, é claro que essas tecnologias não devem ser as únicas medidas preventivas na segurança de grandes eventos como a Copa e a Olímpiadas. Mas algo tem que ser pensado e feito.
*Por João Moretti, diretor geral da MobilePeople – empresa especializada em soluções móveis corporativas