Quando Mark Zuckerberg anunciou o rebranding do Facebook para Meta, o termo metaverso tornou-se um chavão da noite para o dia. Além de gerar empolgação, o conceito atraiu interesse por seu potencial de impactar o futuro da interação digital.
Em sua forma mais simples, o metaverso descreve uma versão da Internet onde os seres humanos usarão a tecnologia imersiva para ir além de seu ambiente físico.
A nova geração de headsets de realidade virtual (RV) é o portal para o metaverso. Os monitores RV montados na cabeça envolvem os sentidos e oferecem uma sensação incomparável de presença. Os usuários podem se mover livremente por um cenário 3D e interagir com o mundo ao seu redor com as mãos, como na vida real.
Um white paper produzido para a Meta em maio pela consultoria econômica independente Analysis Group estimou que a economia do metaverso poderia valer mais de US$ 3 trilhões globalmente até 2032.
A Meta também investiu US$ 150 milhões por meio do Meta Immersive Learning para ajudar a aumentar o acesso ao aprendizado por meio da tecnologia. A ideia de usar o metaverso para transmitir educação pode parecer futurista, mas algumas empresas já começaram a explorar as possibilidades dentro de ambientes como o Decentraland e Mona.
Alunos e professores podem se encontrar nesses espaços digitais por meio de fones de ouvido de realidade virtual, independentemente de sua localização na vida real. Em seguida, vêm as possibilidades visuais da aprendizagem.
Na aprendizagem corporativa os facilitadores podem construir ambientes especiais com base em seus planos de aula. O uso da realidade virtual agrega valor aos modelos tradicionais de e-learning, oferecendo um ambiente de aprendizado infinitamente expansível que fornece uma experiência centrada no aluno.
Com o número crescente de organizações que migram para locais de trabalho remotos ou híbridos, os executivos não apenas reconhecem a necessidade, mas também adotam novas abordagens para treinar e desenvolver suas equipes para se manterem ágeis e competitivas.
O metaverso revolucionará o treinamento e o desenvolvimento de habilidades, reduzindo drasticamente o tempo necessário para desenvolver e adquirir novas habilidades.
Como resultado do aprendizado do metaverso, as simulações já são baseadas em avatares, voltadas para o aprendizado colaborativo e também para o trabalho interativo. Inclusive, o Gartner previu que 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso até 2026.
A RV envolve o sistema motor do cérebro e constrói a memória muscular. Assim como um simulador de voo prepara os pilotos para pousos de emergência, a RV é capaz de treinar qualquer coisa.
A integração de novos colaboradores de filiais espalhadas em cidades ou países diferentes pode ser realizada ao mesmo tempo em um espaço virtual amigável e imersivo. O mesmo vale para treinamentos de segurança, onde é possível se familiarizar com as ameaças e os riscos no local de trabalho sem nenhum risco físico.
Já os vendedores podem se reunir com seus gestores para trocarem experiências e aprenderem mais sobre novos produtos e serviços. Narrativas e cenários especiais facilitam conhecer, na prática, o que será vendido. Manipular o produto e testá-lo, tudo virtualmente.
Uma outra vantagem é usar o metaverso para experiências que, de outra forma, seriam muito perigosas, contraproducentes ou proibitivamente caras. Em hospitais, técnicos de enfermagem podem aprender melhor os protocolos de cuidado dos pacientes antes de começarem a cuidar de pessoas reais.
Mais exemplos incluem a simulação de cenários para operações rotineiras e anormais, resposta a emergências, situações estressantes no local de trabalho, procedimentos críticos e eventos de alta consequência: tudo em um ambiente seguro e controlado que pode ser repetido até que se torne uma segunda natureza.
O metaverso significa literalmente “vida” após a internet. As primeiras aplicações dessa nova forma de aprendizagem incluem atividades de campus virtual, simulações 3D e atividades gamificadas. Este é apenas o começo – por meio dessa tecnologia, há oportunidades ilimitadas para reimaginar e democratizar a educação de novas maneiras.
* Luiz Alexandre Castanha é administrador de Empresas com especialização em Gestão de Conhecimento e Storytelling aplicado à Educação, atua em cargos executivos na área de Educação há mais de 10 anos, é especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais e agora CEO da NextGen Learning. Mais informações no site.