Diversidade, inclusão e equidade: uma questão de competitividade e não só de oportunidade*

A diversidade e a inclusão têm se tornado temas cada vez mais relevantes no mundo corporativo. As empresas estão percebendo que promover um ambiente diverso e inclusivo não apenas é uma questão de justiça social, mas também traz benefícios significativos para o sucesso dos negócios.

 

Ao promover a diversidade, as empresas garantem que suas equipes sejam um retrato da sociedade em que estão inseridas. Isso significa no Brasil proporcionar oportunidades iguais para pessoas de diferentes origens étnicas, gêneros, orientações sexuais, idades, habilidades físicas e mentais, entre outros aspectos. 

 

A representatividade também fortalece a imagem das empresas perante os consumidores e a comunidade. Os clientes estão cada vez mais atentos a essas práticas e tendem a se identificar e preferir aquelas que se alinham com seus valores.

 

Além disso, a diversidade de perspectivas e experiências contribui para uma melhor tomada de decisão, pois evita a existência de vieses e amplia a compreensão dos desafios enfrentados pelas organizações.

Diversidade cognitiva

Políticas de igualdade e inclusão também precisam levar em conta a diversidade cognitiva, já que pessoas que pensam de forma diferente combinam perspectivas para uma colaboração mais forte, resolução de problemas e inovação. 

As diferenças nos processos de pensamento também ajudam a evitar o pensamento de grupo, que sufoca a criatividade e resulta em ideias obsoletas. A diversidade cognitiva impulsiona o sucesso de quatro maneiras:

  1. Promove a inovação: quando colaboradores de diferentes formações e diferentes processos de pensamento trabalham juntos, eles estimulam as mentes uns dos outros de maneiras que pessoas com ideias semelhantes simplesmente não conseguem.

De uma perspectiva neurológica, o corpo humano realmente cria hormônios e energia que elevam o desempenho mental em um grupo diverso. Uma ideia criativa desencadeia outra e outra. 

  1. Oferece suporte a diferentes mercados: em uma economia global, as empresas precisam de funcionários que entendam todos os mercados que atendem atualmente ou desejam estar presentes. Esses mercados podem ser geográficos ou populações ou segmentos de mercado. Uma força de trabalho que espelha sua base de clientes tem menos barreiras e mais vantagens integradas para planejar e executar estratégias de negócios e comunicação eficazes.
  2. Aumenta a retenção de talentos: quando os funcionários se sentem incluídos e podem se relacionar com colegas de trabalho com origens semelhantes, eles se sentem confortáveis ​​o suficiente para permanecer. 

Uma pesquisa realizada pelo Great Place to Work apurou que, quando um colaborador confia que terá voz e será tratado com justiça ele tem 6,3 vezes mais chances de ter orgulho de seu trabalho e 5,4 vezes mais chances de querer ficar muito tempo na empresa.

  1. Melhora a resolução de problemas: um estudo da Harvard Business Review descobriu que equipes cognitivamente diversas encontram soluções mais rapidamente ao negociar novas formas de resolução de problemas. 

Essa educação permite que cada indivíduo construa seus repertórios de pensamento crítico e seja mais flexível. Ao mesmo tempo, os indivíduos desenvolvem papéis específicos na equipe, fazendo valer suas aptidões individuais.

Diversidade, equidade e inclusão no local de trabalho não são mais opcionais, mas fundamentais para a cultura organizacional. As empresas que não promovem um ambiente inclusivo ou priorizam iniciativas de diversidade só perderão espaço e mercado no futuro.

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*João Roncati é diretor da People + Strategy, consultoria de estratégia, planejamento e desenvolvimento humano. Mais informações no site http://www.peoplestrategy.com.br/