Realidade Aumentada para além dos treinamentos militares

Usada em treinamentos para emergências ou profissões com alta periculosidade, abordagem trará mais segurança e confiança em situações reais

A tecnologia é capaz de revolucionar diversos setores da sociedade, a Realidade Aumentada (RA) pode atuar desde a educação até a saúde. Dados da Statista projetam que, até 2024, haverá mais de 1,7 bilhão de dispositivos móveis equipados com RA em um mercado que chegará a R$ 50 bilhões.

E não há limites para a sua utilização, com inovações cada vez mais promissoras.

Inclusive, você sabia que os pilotos de caça americanos vão começar a usar a RA para se preparar para suas missões mais desafiadoras? Essa é a proposta da startup Red6, que desenvolveu uma tecnologia para capacitar esses profissionais de forma realista.

A RA consiste em sobrepor elementos virtuais ao ambiente real, criando uma experiência imersiva e interativa. No caso dos pilotos de caça, isso significa que eles poderão ver no céu réplicas digitais dos aviões de combate mais avançados do mundo, como os da China e da Rússia, e treinar manobras contra eles.

Para isso, eles usarão capacetes especiais com viseiras que projetam as imagens dos inimigos em seu campo de visão. Essas imagens são baseadas em dados de inteligência militar, tanto do governo americano quanto de empresas privadas, que garantem a fidelidade das simulações.

O benefício dessa abordagem é que os pilotos poderão praticar em situações reais, sentindo a adrenalina e a pressão de estar no ar e enfrentar um adversário. Os alunos podem ver e manipular objetos digitais, como painéis, mapas e instrumentos. Eles também podem ouvir sons e vozes que reproduzem as condições de voo.

Algumas das situações mais arriscadas, como decolagens e aterrissagens, podem ser facilitadas. Formações aéreas complicadas e cenários de reabastecimento são praticados para melhor familiarizar os pilotos com essas tarefas.

Como visto em outros setores, como no caso de treinamentos para situações de emergência ou em profissões com alto índice de periculosidade, essa tecnologia trará mais segurança e confiança na hora de encarar uma situação real. Isso sem dizer que tem o potencial de salvar vidas, evitando que pilotos, tripulantes e outros membros da equipe cometam erros.

E o uso da RA se refletirá em uma grande economia para a Força Aérea americana, que espera reduzir em US$ 160 mil os custos de treinamento por piloto. Diversos testes já foram realizados e os resultados são muito animadores! Mais de 80% dos alunos que experimentaram o treinamento disseram que o formato os ajudou a ter mais preparo para voos. Já 70% relataram que foram capazes de aprender melhor os conceitos e superar desafios.

Esse tipo de treinamento atrai os olhares tanto da aviação civil como da militar de outros países. Como a companhia aérea holandesa KLM utiliza óculos de Realidade Virtual (RV) para treinar seus pilotos. Com dois controles nas mãos, os profissionais exploram todos os sistemas da cabine de comando, além de caminharem pelo avião e fazerem uma inspeção externa.

RA e RV têm sido introduzidos aos poucos em aeronaves de combate e sistemas de defesa em todo o mundo. Por exemplo, o capacete do F-35 usa essas tecnologias para sobrepor informações sobre telemetria e alvos em imagens de vídeo capturadas ao redor do caça.

Maverick, personagem icônico interpretado pelo ator Tom Cruise no filme Top Gun, já tem uma nova companhia na missão de pilotar jatos. E a parceria só tem a dar certo. Mais um passo para um futuro onde homem e tecnologia caminham em sincronia.