Metaverso e ambiente de trabalho: infinitas possibilidades em um novo mundo digital*

Um metaverso é um espaço 3D com avatares digitais e muitas empresas poderão mudar para essa configuração nos próximos cinco anos. Isso permitirá que os colaboradores trabalhem em qualquer lugar do mundo, desde que tenham uma conexão com a Internet. Os benefícios potenciais são imensos.

Olhando para o futuro, acredita-se que o metaverso pode ser uma extensão altamente imersiva do mundo físico, com sua rica interface de usuário. Isso poderia abrir possibilidades para as empresas criarem formas de trabalho mais viáveis e interativas.

Por exemplo, os metaversos podem ajudar a reduzir os custos do escritório, aumentar a flexibilidade e permitir que os colaboradores criem equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Além disso, também abriria novas oportunidades de colaboração internacional. À medida que mais e mais empresas começam a adotar essa nova forma de trabalhar, o potencial dos metaversos para transformar o local de trabalho é enorme.

Os líderes de RH geralmente têm o poder de transformar como o local de trabalho deve ser. Nesses casos, eles precisam conduzir a transformação do metaverso considerando as pessoas dentro da empresa que são menos experientes em tecnologia, ensinando-lhes as habilidades necessárias e mantendo-se atualizados com as últimas tendências.

A Lenovo lançou uma pesquisa que revela que quase metade dos colaboradores (44%) está disposta a trabalhar no metaverso e acredita que ele pode oferecer benefícios como produtividade e agilidade.

A gigante de tecnologia Accenture já utiliza o metaverso durante o processo de contratação. Até o final de 2023, a empresa espera usar o metaverso para receber 150 mil novos processos seletivos. 

E o metaverso não se limita apenas ao recrutamento. O ambiente pode apoiar as políticas de saúde e bem-estar da empresa, oferecendo uma área para os colaboradores falarem sobre seu bem-estar, como saúde mental. 

As pessoas anseiam por interação humana, portanto, para alguns colegas que trabalham remotamente, o metaverso pode ser um novo passo para oferecer as conexões que a força de trabalho perdeu. 

Embora a Realidade Virtual (RV) e o metaverso às vezes sejam usados ​​de forma intercambiável, o metaverso é diferente. A RV é uma tecnologia que cria ambientes 3D, enquanto o metaverso é um mundo virtual compartilhado, aberto e persistente que envolve mais tecnologias. 

Essas tecnologias incluem Realidade Artificial (RA), blockchain, tecnologias de conexão, gêmeos digitais, tokens não fungíveis (NFTs), moedas digitais, headsets RV e sensores. Pode-se sentir o conteúdo do metaverso em vez de apenas conhecê-lo.

Imagine se teletransportar de uma experiência de aprendizado para outra. Digamos, por exemplo, conhecer o que faz a linha de frente em um setor do varejo ou manufatura e, no momento seguinte, entrar no mundo do cliente para experimentar como tem sido o serviço. É aprender, realmente, na prática.

Agora temos a chave para desbloquear a experiência de e-learning no metaverso. O treinamento imersivo permite que os colaboradores realizem repetições em um ambiente mais seguro, sejam habilidades técnicas ou técnicas. 

O aluno pode ficar na loja, linha de montagem, depósito, escritório ou outros espaços (todos virtuais) pelo tempo que desejar, até que tenha aperfeiçoado as habilidades associadas ao objetivo de aprendizado e ao resultado desejado. Quando se entra no mundo real, a curva de aprendizagem é menor pois já se viveu as situações do dia dia no metaverso.

E o melhor: um estudo da PwC descobriu que os colaboradores estão dispostos a investir seu próprio tempo na obtenção de skills digitais, para esses novos ambientes digitais – isso se os seus empregadores os apoiarem.

O metaverso está pronto para abraçar o futuro dos ambientes de trabalho e as possibilidades são infinitas neste novo mundo digital. Como o RH da sua empresa vai se posicionar frente a tantas disrupções?

*Por João Roncati, CEO da People+Strategy, economista, mestre em Estratégia e Planejamento pela Universidade de São Paulo e especialista em liderança, cultura e eficiência nos negócios.