Como planejar a entrada da sua empresa no metaverso

Durante a pandemia o que mais se viu foi a utilização do mundo virtual para se conectar e matar a saudade. Antes um conceito apreciado por entusiastas, a ideia de um ambiente virtual centralizado e paralelo ao mundo físico ganhou destaque em 2021, assim que o Facebook foi rebatizado como Meta, apostando o futuro da empresa no metaverso.

Hoje milhões de pessoas passam horas por dia em espaços sociais virtuais como Roblox e Fortnite. Escritórios híbridos, educação baseada em vídeo e comunidades sociais online são apenas algumas das maneiras pelas quais nossas vidas é gasta em espaços digitais.

O metaverso é para esses ambientes digitais o que a internet está para os sites. Inicialmente, ele aparecerá como algo mais elaborado do que um videogame, mas menos do que o mundo físico. No entanto, sua sofisticação crescerá rapidamente.

Gestores de todos os tipos de empresas precisam prestar atenção ao metaverso porque é a fronteira para a interação e atendimento. Assim como a mídia social revolucionou o panorama da comunicação online, o metaverso também o fará.

Porém, será preciso ter cuidado para não cometer erros e gafes que empresas gigantes cometeram e que se refletiram nas redes sociais. No ano de 2011, por exemplo, uma consumidora que teve problemas com um veículo da Renault criou um site relatando as dificuldades e descaso com o reparo.

A montadora, ao invés de fazer o máximo para remediar a situação, entrou na justiça pedindo a retirada do ar tanto do site como de todas as reclamações realizadas nas redes sociais. Uma crise se instalou e o resultado foi chuva de comentários negativos nos canais de comunicação da marca.

A falta de experiência e ‘traquejo’ teve um custo bem alto para a Renault para que a situação fosse resolvida. O Metaverso precisa ser visto como um canal novo, totalmente diferente e que exige um planejamento específico e novas tecnologias.

Será necessário, em primeiro lugar, mudar suas estratégias e experiências para um mundo que funciona à base de uma economia virtual compartilhada. É impositivo literalmente começar do zero e fazer pesquisas de mercado sobre seus novos clientes no metaverso. Como as pessoas agem e quais são suas preferências pode ser totalmente diferente de como elas se comportam e o que compram na vida real.

Sua marca não poderá ter a mesma postura das redes sociais atuais, precisará continuar se adaptando aos novos estilos de relacionamento e interações. Será mandatório ter uma postura diferente, inovadora, pessoal e acessível.

E como isso será possível? Em primeiro lugar, será necessário ter uma camada de negócios muito bem apoiada em novas tecnologias como automação, Big Data, Inteligência Artificial e Machine Learning. Elas ajudarão a dar forma ao início da sua participação, comunicação e experiência com o cliente.

Preparação e planejamento são fatores-chave para sair na frente. O metaverso não será dominado por uma única empresa, sendo um ecossistema com arquitetura aberta e colaborativa.

Mas a sua empresa precisará sair na frente para garantir espaço e se destacar, oferecendo as mais diversas experiências virtuais, com inteligência artificial e em 3D, convergindo os universos físico e cibernético.

A especulação da construção do metaverso está mais ativa do que nunca. A Nvidia, desenvolvedora de chips, desenvolveu uma plataforma chamada Omniverse para futuramente construir e interligar diversos ambientes 3D em um mundo totalmente on-line e compartilhado. Já a Snap, controladora do Snapchat, apresentou recentemente um protótipo de óculos de realidade aumentada.

Uma nova iteração da Internet está sendo trabalhada e isso terá implicações enormes. Sua empresa enfrentará novos desafios, mas também novas oportunidades.

Esta nova era do metaverso irá desencadear uma criatividade incrível e abrir novas fronteiras e horizontes, sendo necessário parceiros que ajudarão a desenhar uma estratégia nova, diferente e planejada. Agora a pergunta é: como você está se preparando? Precisa de ajuda?

* Fabricio Vendichetis Martins é fundador e CEO da Indigosoft